O PRESIDENTE da Frelimo, Armando Guebuza, instou aos quadros deste partido no poder a todos os níveis, e não só, para se envolverem, cada vez mais, no aprofundamento do diálogo em curso no país, por ser uma das poderosas armas de mobilização para acelerar o recuo da pobreza.
Segundo Guebuza, o que se pretende com o aprofundamento do diálogo é a mobilização de vontades e disponibilidades e a construção de consensos nacionais em relação aos melhores caminhos, e quanto às formas mais viáveis de realizar o sonho de “sacudir” a miséria e a pobreza no país.
Guebuza, igualmente Presidente da República, discursava na abertura da V Sessão Ordinária do Comité Central da Frelimo, que decorre até hoje, aábado na Escola Central do partido, no Município da Matola, onde reiterou a sua vontade de continuar a realizar as presidências abertas e inclusivas, criticadas em alguns círculos políticos em virtude dos gastos que acarretam para os cofres do Estado.
Para Guebuza, este diálogo decorre nos órgãos do partido com os militantes e entre a Frelimo e o povo.
O mesmo decorre, igualmente, no seio do Governo e entre este e as organizações da sociedade civil, e também com o povo através da presidência aberta e inclusiva, bem como no Parlamento e na comunicação social.
Segundo o presidente do partido no poder “a presidência aberta e inclusiva e as suas réplicas têm o condão de aproximar e fazer conhecer os dirigentes pelo povo. A presidência aberta e inclusiva dá, igualmente, ao nosso povo a oportunidade para colocar directamente as suas petições, queixas e reclamações, proceder à avaliação do desempenho do Governo e de providenciar conselho sobre o que deve ser melhorado na acção governativa”.
Para Armando Guebuza, num país em que a comunicação social não abrange todo o território, se os governantes quiserem comunicar-se com o povo, têm de se aproximar a ele, “lá onde faz a luta contra a pobreza a sua batalha do quotidiano. Não temos outra alternativa. Aliás, fizemos essa promessa durante a nossa campanha eleitoral e quando a Frelimo promete, cumpre”.
No seu discurso, Guebuza fez uma radiografia das realizações da Frelimo e do seu Governo ao longo dos 35 anos de independência, tendo sublinhado que, não obstante se reconhecer que ainda persistem vários desafios, o país tem estado a registar avanços assinaláveis em várias frentes, pelo que se pode afirmar que “os moçambicanos são menos pobres do que antes”.
O presidente da Frelimo apontou, a título de exemplo, que a educação e a formação que no tempo colonial eram negadas ao povo passaram a estar disponíveis a um número esmagador de moçambicanos, o leque para o acesso ao emprego alargou-se e a área empresarial que estava vedada ao povo tornou-se acessível aos moçambicanos graças à independência.
É assim que, segundo Guebuza, se vê moçambicanos a prosperar em áreas empresariais como agricultura, comércio, tecnologias de informação e comunicação, transportes, turismo, banca e em outras áreas de serviços e logística.
“Esta realidade não pode significar que sejamos mais pobres que no tempo colonial. Não! Quando hoje temos acesso à água potável, à maternidade e à energia de Cahora Bassa, não podemos ser mais pobres que durante a noite de dominação estrangeira”, afirmou Guebuza, reconhecendo, porém, que o povo quer mais e que isso é bom.
“Lutamos pela nossa independência, entregamo-nos na defesa da nossa soberania, no resgate da paz e na realização de um processo de reconciliação exemplar para nos concentrarmos, todos nós moçambicanos, na agenda de desenvolvimento, na agenda de construção do nosso bem-estar, em paz e sempre unidos”, disse Guebuza.
Neste contexto, ele manifestou a convicção de que, 35 anos depois da independência, regista-se, com agrado, que “Moçambique está a vencer a batalha contra a pobreza”.
De entre os vários temas, o encontro vai fazer o balanço do desempenho dos órgãos do partido e aprovar o plano de actividades para 2011 e o respectivo orçamento; o balanço do desempenho da bancada da Frelimo na Assembleia da República bem como do Governo, apreciar a proposta de realização do X Congresso e reflectir sobre os mecanismos que levem mais moçambicanos a tomarem parte na luta contra a pobreza.