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"Estávamos assim bem longe do tempo em que bastava pegar no telefone e falar como Brandt, o Palme ou o Kresiky. E, se as quantias que o PSD sueco enviava para Paris a Mário Soares eram generosas em relação ao tamanho da ASP e das nossas expectativas, elas eram, na realidade, insignificantes se comparadas com o financiamento sueco a outras organizações consideradas importantes. A título de comparação, bastaria dizer que na altura o apoio financeiro da Suécia à luta da FRELIMO era 7500 vezes superior ao enviado a Mário Soares,para Paris.Após divulgação peloTheTImes de Londres, a 10 de Julho de 1973, do massacre de Wiriyamu relatado pelo padre católico Adrian Hastings, o ministro sueco dos Negócios Estrangeiros do governo de Olof Palme, Krister Wickman anunciaria que o aumento da ajuda sueca à FRELIMO seria aumentado de 3 para 5 milhões de coroas. O malogrado ex-primeiro-ministro da Suécia tinha, aos 22 anos e enquanto secretário da União de Estudantes Suecos, promovido uma colecta a favor de bolsas de estudos para estudantes africanos. Um dos primeiros a serem beneficiados, já no ano de 1949, fora exactamente o fundador da FRELIMO, Eduardo Mondlane, de quem Palme viria a tomar-se grande arnigo."
In Contos Proibidos, de Rui Mateus (pag.41)