A pressão internacional está a aumentar sobre o Presidente em exercício na Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, para que ceda o poder ao líder da oposição, Alassane Ouattara, depois da disputada eleição presidencial do mês passado.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que Gbagbo terá de abandonar o poder até ao fim desta semana - sob pena de enfrentar sanções da União Europeia.
"A sorte de Laurent Gbagbo e da sua mulher está nas suas mãos", disse esta sexta-feira o presidente Sarkozy.
Um alto funcionário americano disse também que Laurent Gbagbo tem apenas dias para abandonar o poder ou enfrentar sanções financeiras e de viajar.
Por sua vez, o Primeiro Ministro queniano, Raila Odinga, apelou às nações africanas para o afastarem do poder, mesmo que seja necessário recorrer à força.
"Gbagbo deve ser forçado, mesmo se for necessário usar meios militares para ser removido, porque agora ele conta apenas com o poder militar e não com o poder do povo, para intimidar o povo, afirmou Odinga numa conferência de imprensa em Nairobi.
Ouattara é o homem internacionalmente reconhecido como tendo sido o vencedor das eleições presidenciais.
O presidente da Comissão da União Africana, o gabonês Jean Ping, está na Costa do Marfim para tentar mediar entre os dois políticos rivais, que reivindicam a presidência do país.
A tarefa principal de Ping será tentar impedir que a Costa do Marfim regresse aos tempos da guerra civil, que dividiu o país em duas regiões.
Oito anos depois do fim das hostilidades, os antigos rebeldes das Novas Forças continuam a controlar a maior parte do norte do país e o governo central administra principalmente o sul.
A agência das Nações Unidas para os refugiados, ACNUR, está já a fazer planos de contingência para lidar com a fuga de pessoas. Mais de 4000 já fugiram para a vizinha Libéria.
Pelo menos 20 pessoas foram mortas na quinta-feira quando apoiantes de Ouattara confrontaram as forças leais a Gbagbo.
BBC – 17.12.2010