Um cidadão de origem paquistanesa, que há alguns anos veio fixar residência em Moçambique e é actualmente portador de nacionalidade moçambicana, denominado em meios muçulmanos na capital do País por Manzar, foi baleado ao início da noite de sexta-feira, por desconhecidos, na baixa de Maputo, em local que a própria polícia não revela.
O referido cidadão é apontado como proprietário do empreendimento hoteleiro ‘Radisson’, que está a ser desenvolvido na marginal de Maputo, no fim da Av. José Craveirinha, no ex-Parque de Campismo, área agora também ocupada pelo Centro de Conferências Joaquim Chissano, em frente da cervejaria Miramar.
É ainda apontado como o proprietário do empreendimento imobiliário, na Av. Frederich Engels, onde em tempos estava instalado o Restaurante Villa Italia.
Manzar deu entrada ainda com vida no Trauma Center, na Av. Julius Nyerere, junto ao Campus Universitário da UEM, pouco depois das 19 horas de sexta-feira, mas nenhuma fonte se disponibiliza a dar informações sobre a ocorrência.
A própria polícia, mais propriamente o porta-voz da cidade Arnaldo Chefo, quando contactado pelo Canalmoz disse que acompanhou o caso “por alto” mas ainda não tinha conhecimento profundo do que se passou nem tinha dados. Prometeu para hoje mais detalhes.
Fontes da comunidade muçulmana em Maputo confidenciaram ao Canalmoz que Manzar foi evacuado para a África do Sul na tarde de sábado podendo estar hospitalizado naquele País. Não confirmam. Dizem apenas que entre a comunidade circula a informação não confirmada de que a vítima está aparentemente livre de perigo correndo apenas o risco de ficar tetraplégica. Mas nenhuma informação está por ora confirmada. É grande o segredo que está a envolver o caso.
Várias tentativas para ouvirmos a enfremeira-chefe do Trauma Center, Maria Luisa Nicolas, não resultaram.
Entre a comunidade que ocorreu em massa ao Trauma Center para saber do estado de saúde de Manzar, corre a versão de que este fora ajudar a cunhada a resolver um episódio com uma brigada de trânsito quando no local foi baleado. Quem terá disparado sobre a vítima é agora também um assunto a desvendar.
Apesar da vítima ser o principal investidor no maior empreendimento hoteleiro presentemente em construção em Maputo, nenhum órgão de comunicação social audiovisual ou escrito de Maputo, deu qualquer notícia sobre o sucedido.
Nanzar era residente na Av.do Zimbabwe quando em Março do corrente ano, uma motorizada armadilhada com um explosivo rebentou, no bairro da Sommerschield, zona nobre da cidade de Maputo, danificando três viaturas que estavam estacionadas nas imediações do local do incidente. O explosivo causou, igualmente, ferimentos ligeiros a um vigilante da empresa de segurança privada Arkhê, que se encontrava de serviço na delegação da South African Airways.
A bomba explodiu junto ao muro da casa de Manzar, na Avenida do Zimbabwe, casa essa que foi residência de Nini Satar – o recluso que cumpre pena de 28 anos de prisão, condenado por envolvimento no assassinato do jornalista Carlos Cardoso.
Quando se deu o episódio da motorizada que explodiu, a viatura de Nataniel Macamo, um ex-porta-voz do Comando Geral da Polícia foi também atingida pelos estilhaços. Ia a passar próximo do local, segundo informação da Polícia, na altura.
Nataniel Macamo viria a falecer, há cerca de dois meses atrás, pouco depois de desembarcar de um voo proveniente de Nampula. (Redacção)
CANALMOZ – 27.12.2010