O PARQUE Nacional das Quirimbas conseguiu cumprir com o seu objectivo global, que se baseia na necessidade de conservar a diversidade, abundância e integridade ecológica de todos os recursos físicos e biológicos, de modo a que possam ser usados pelas gerações presentes e vindouras.
“Continuamos a defender esta área que, como se sabe, tem características ecológicas únicas, devido à existência de uma diversidade de ecossistemas, de belas paisagens cénicas e de fauna bravia endémica e em perigo de extinção, bem assim da população residente no seu interior”, disse José Dias administrador do parque.
Estes aspectos, de acordo com a fonte, levam a que seja quase obrigatório reforçar a protecção e a conservação dos recursos naturais, para garantir a continuação dos processos ecológicos e a preservação dos valores naturais, razão porque, se acha necessário gerir com eficácia o uso controlado de tais recursos garantindo, deste modo, o envolvimento e a participação das comunidades que são os principais beneficiários.
Já foi concluído o processo de reconhecimento e registo das coordenadas das áreas de produção agrícola (em uso e em pousio) em 10 aldeias do distrito de Meluco, num projecto financiado pela Iniciativa para Terras Comunitárias e executado pela Kulima.
A contribuição do parque no turismo comunitário elevou-se ainda mais em 2010. Por exemplo, em Quissanga, foi seleccionado um consórcio para a implementação e exploração de uma estância turística na Lagoa de Kagavero, onde se prevê a construção de seis “bungalows” para 4 pessoas e um local para campismo, assim como de abrigos e miradouros para a observação de aves.
Segundo soube a nossa Reportagem, o consórcio propõe-se ainda a desenvolver projectos associados às áreas, há três casas comunitárias para alojamento, no que é considerado turismo de habitação, assim como foram identificados e formados grupos para a dinamização de danças tradicionais que participam no turismo. Ainda neste distrito foi concluído o processo de abertura do acampamento de Muanacomo, em Matemo, estando em curso contactos com um grupo de investidores que pretendem assumir a gestão do mesmo.
Enquanto isso, em Macomia, ficou resolvido o problema de pagamento de taxas à comunidade de Ningaia, pela razão de terem no seu solo um miradouro que é muito procurado.
Segundo José Dias, os resultados alcançados são encorajadores, principalmente tendo em conta que se passou da fase de aprendizagem para outra em que se quer ver os frutos palpáveis.
“Por isso hoje falamos em receitas canalizadas às comunidades, temos 12 Comités de Gestão de Recursos Naturais, criámos 8 zonas de marinhas de protecção total, vulgo santuários, constituímos duas zonas rotativas de recolha de ostra (Ibo, Mussemuco), três santuários temporários, em Quirimba, Gimpia e Arimba.
Por outro lado, ainda de acordo com o nosso interlocutor, o PNQ participou na reabilitação e construção de escolas, implementação e monitorização constante de um programa extenso de mitigação dos projectos turísticos da comunidade, bem assim participou na resolução do conflito homem/fauna bravia.