A “SHARIA”, ou lei islâmica, será a "única fonte da Constituição" do Sudão após a "secessão" do sul do país, com o referendo previsto para Janeiro, anunciou o presidente sudanês Omar al-Bashir, citado pela France Press.
"Após a secessão do Sudão do Sul, vamos mudar a Constituição. Não será mais opção a diversidade cultural ou étnica, a única fonte da Constituição será a "sharia" e o árabe será a única língua oficial", declarou o presidente sudanês num discurso no estado de Gedaref, transmitido pela TV nacional.
O Sul do Sudão escolherá no referendo de 9 de Janeiro entre a manutenção da unidade com o restante do país ou a separação. A consulta foi o ponto-chave do acordo de paz que, no final de 2005, acabou com mais de duas décadas de violenta guerra civil entre o Norte, muçulmano, e o Sul, em grande parte cristão.
Após o conflito, o partido no poder e os antigos rebeldes do Movimento Popular de Libertação do Sudão (SPLM), promulgaram uma Constituição provisória, válida até Julho de 2011, que reconhece o carácter "multi-étnico", "multicultural" e "multi-religioso" do país e baseou-se na lei islâmica (sharia) e "consenso" da população.
O texto impôs o inglês e o árabe como línguas oficiais do maior país de africa, que no passado teve influência britânica e egípcia.