O PRESIDENTE de Cabo Verde, Pedro Pires, e os seus homólogos do Benin e Serra Leoa deslocam-se amanhã a Abidjan com a missão de convencer Laurent Gbagbo a abandonar o poder na Costa do Marfim. O anúncio foi feito sábado à agência de notícias francesa AFP pelo MNE do Benin.
"O presidente Boni Yayi e os seus homólogos da Serra Leoa e de Cabo Verde vão visitar Abidjan na terça-feira, levando a mensagem da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) a Laurent Gbagbo", afirmou Jean Marie Ehouzou, citado ontem pela agência Lusa.
O responsável sublinhou a "determinação inequívoca" daqueles presidentes em encontrar uma solução através do diálogo. "Eles vão falar com Gbagbo e tentar convencê-lo a abandonar o poder", acrescentou.
Na sexta-feira a CEDEAO avisou Laurent Gbagbo de que irá recorrer à força para afastá-lo da presidência caso não passe o poder a Alassane Ouattara.
A generalidade da comunidade internacional, incluindo a ONU e a União Africana, reconhece Ouattara como vencedor das eleições, derrotando o anterior presidente, Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o poder.
Depois de ter sido reconhecido como presidente eleito, Ouattara assumiu-se como comandante supremo das Forças Armadas e exigiu aos militares que "protejam o povo da milícia de mercenários e estrangeiros que derramam o sangue da Costa do Marfim".
Segundo os seus seguidores, 745 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas desde o início do conflito pós-eleitoral, em resultado de acções que atribuem aos apoiantes de Gbagbo.
Entretanto, o Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados anunciou no sábado que cerca de 14 mil marfinenses fugiram para a vizinha Libéria para escapar à onda de violência pós-eleitoral e que alguns estão a ser impedidos de atravessar a fronteira por grupos armados.