A Empresa Águas de Moçambique (AdeM) pretende trabalhar em coordenação com o sector privado e pessoas interessadas, da confiança das comunidades locais, nos bairros da cidade do Maputo, para garantirem a gestão e manutenção dos fontanários públicos.
A gestão destes pequenos sistemas de fornecimento de água à população passa a ser da responsabilidade dos operadores privados, que vão adquirir a água directamente na AdeM, sob forma de crédito, para revendê-la aos consumidores.
Estes operadores devem garantir a concepção, exploração e a gestão de um sistema de captação, transporte, armazenamento e distribuição de água para consumo público.
Com esta medida, a empresa Águas de Moçambique pretende descentralizar a tarefa de distribuidora, envolvendo na actividade o sector privado e outros interessados, com vista a dinamizar o acesso à água e garantir a manutenção dos pequenos sistemas de abastecimento deste preciso líquido.
José Maria, chefe do Gabinete de Comunicação e Imagem da empresa AdeM disse que este é uma solução que já constitui realidade em alguns bairros da capital do país, tal como no bairro Ferroviário, onde a maior parte dos fontanários públicos operacionais estão sob a gestão das comunidades locais. Todavia, ainda no mesmo aglomerado populacional se podem observar muitos destes fontanários avariados e abandonados devido à má gestão por parte de alguns operadores.
Por seu turno, José Barata, administrador da Rede de Água no Distrito Municipal kaMavota disse que a maior parte dos consumidores deixou de usar os fontanários públicos, preferindo canalizar a água até às suas residências, facto que torna a actividade pouco rentável e mesmo insustentável.
“Cerca de 90 por ento da população deste bairro tem torneiras nas suas residências, por isso já não se dirigem aos fontanários públicos, o que tem como consequências as baixas receitas alcançadas pelos revendedores”, disse Barata.
Alexandre Mazivila, um dos operadores destes pequenos sistemas no bairro Ferroviário, disse à nossa Reportagem que a actividade é boa, mas requer também uma boa capacidade de gestão. “Os poucos clientes que ainda nos sobram podem garantir o funcionamento e manutenção dos sistemas. Para não termos prejuízos, devemos disponibilizar o recurso de acordo com a demanda, com vista a minimizar os custos procurando maximizar os lucros”, disse Mazivila.