“Estrela Vermelha de Maputo”
“Não é verdade que existe no clube uma comissão liquidatária chefiada pelo Gen. Veloso, assim como não é verdade que existe uma avaliação do património do Clube no montante de 10,7 milhões de USDolares dos EUA. A última avaliação feita por empresa especializada em Dezembro de 2005 era de 2.200.000,00 Dólares do E.U.A.” – Jacinto Veloso
Jacinto Veloso está a ser acusado por um grupo de sócios do Estrela Vermelha do Maputo, de estar vender o património do clube, e querer passá-lo à ‘Visabeira’, alegadamente por ser sócio do grupo empresarial português. Esta empresa já esclareceu que Veloso não é sócio do Grupo liderado por Fernando Campos Nunes. O administrador-delegado da ‘Visabeira’ em Moçambique, Afonso Loureiro, confirmou apenas que efectivamente o General quis negociar com a empresa a venda de património do clube.
Num artigo publicado na edição do Canalmoz 337, de 25 de Novembro de 2010, quinta-feira, e ainda republicado na edição 72, pág. 25 do semanário Canal de Moçambique, de 01 de Dezembro de 2010, com o título “Jacinto Veloso acusado de vender o património do Estrela Vermelha à Visabeira”, citámos fontes, sócios do clube, discordantes com a ideia da venda. Os sócios que depuseram para o Canalmoz disseram que o negócio, caso fosse concretizado iria beneficiar os interesses do general, alegando que ele “pretende que as infra-estruturas sejam revertidas para a empresa Visabeira por ter interesses no grupo”.
A VISABEIRA oportunamente deu-nos a sua versão. Esclareceu que Jacinto Veloso não é sócio do Grupo mas que ele realmente se aproximou da Visabeira para tentar o negócio em questão.
Na altura, já lá vai cerca de um mês, quisemos ouvir o general Veloso. Nunca esteve disponível. Agora, finalmente, aparece-nos com uma carta-reacção.
Ficam por esclarecer alguns aspectos relevantes, mas para já aqui fica a carta que nos dirigiu:
Reacção do general Jacinto Veloso
“No vosso 337 de 25. Novembro.2010, Quinta-Feira, um artigo em tudo deselegante sobre minha pessoa foi publicado em primeira página. Por conter imprecisões e grosseiras falsidades agradeço que na base da legislação em vigor e com relevo idêntico à publicação da notícia atrás referida, sejam publicados, sobre a mesma, os meus comentários que se seguem:
1. O General Veloso não tem qualquer interesse no Grupo Visabeira;
2. O General Veloso estava efectivamente encarregado pela Direcção do Clube Estrela Vermelha para chefiar uma comissão de trabalho com o objectivo de preparar uma proposta de projecto de auto-suficiência financeira do Clube;
3. O Gen. Veloso esclarece que, ainda que chefe da citada comissão, não tinha qualquer interesse pessoal no projecto em estudo que aliás incluía a alienação parcial do património do Clube, sendo sua contribuição sem qualquer renumeração e a título absolutamente voluntário;
4. Os documentos citados no referido artigo são confidenciais e se o “Canalmoz” tivesse assistido às Assembleias Gerais do Clube, que são públicas, teria certamente tido acesso aos documentos não necessitando de os ter obtido por meios secretos;
5. Não é verdade que existe no clube uma comissão liquidatária chefiada pelo Gen. Veloso, assim como não é verdade que existe uma avaliação do património do Clube no montante de 10,7 milhões de USDolares dos EUA. A última avaliação feita por empresa especializada em Dezembro de 2005 era de 2.200.000 Dólares do E.U.A.
Estas são as questões que considero mais importantes esclarecer aos leitores do Canalmoz que agradeço sejam publicadas com o destaque que mereceu a notícia do vosso nº 337”. Jacinto Veloso (Assinado).
Esclarecimento do autor dos artigos
De salientar que na preparação do artigo sobre a alegada intenção de venda do património do Clube Estrela Vermelha da Cidade de Maputo, de que sai acusado o general Jacinto Veloso, por uma ala de sócios que discordam de tal ideia, não houve nenhum secretismo no tratamento do assunto como se quer evidenciar no número quatro da carta-reacção do general, que acima é transcrita. Simplesmente se reportou o que acusam alguns sócios do Estrela Vermelha do Maputo. Publicou-se o desconforto de pessoas ligadas ao clube, que preferiram falar na condição do anonimato, por temerem represálias. Esses sócios consideram e insistem que “falta transparência” na pretensão da venda do património do clube.
As fontes que nos reportaram o ambiente que se vive no clube em torno da alienação do património, referem que o assunto é tratado a nível da ala dirigida pelo General Jacinto Veloso que nesta carta que nos dirigiu só diz o que não é, mas não esclarece o que é. Não esclarece se o que em 2005 valia 2,2 milhões de USD ainda vale o mesmo a dias de se iniciar o ano de 2011, isto é cinco anos depois.
De salientar que quanto à Visabeira, o seu Administrador-Delegado em Moçambique, Afonso Loureiro, deu prontamente ao Canalmoz e ao Canal de Moçambique—Semanário a sua versão sobre o presumível envolvimento do grupo na alegada compra do património do Estrela Vermelha tendo esclarecido que “a Visabeira não tem nenhuma parceria com o general Veloso mas que em algum momento teria sido contactada pela direcção do clube no sentido de se estabelecer uma parceria para a rentabilização do património do clube com vista a uma autonomia financeira do mesmo” (Canalmoz, de 30 de Novembro de 2010).
Sempre achámos prudente ouvir a versão do general e fizemos várias tentativas de o ouvirmos. No seu escritório fomos remetidos à direcção do clube onde também ninguém se dispôs a falar do mesmo na razão de se tratar de um caso polémico.
Ainda que o general venha agora com os esclarecimentos que entendeu dar, subsistem por esclarecer várias questões. Num encontro directo, o negócio de “parte do património” do Estrela Vermelha poderia ser melhor esclarecido. Insistimos, publicamente, que continuamos interessados em entrevistar o General. O ambiente de suspeição prevalece no clube. Nem o autor nem o jornal são parte do problema. (Alexandre Luís)
CANALMOZ – 20.12.2010