Dhoinine, actual vice-presidente do país, conseguiu 61 porcento dos votos expressos, segundo os resultados da Comissão Eleitoral Nacional (Ceni).
O candidato do poder, Ikililou Dhoinine, venceu largamente a eleição presidencial nas Comores, tornando-se, assim, o primeiro natural da ilha de Mohéli à dirigir este arquipélago do oceano Índico, desde a sua independência em 1975.
Dhoinine, actual vice-presidente do país e delfim designado do presidente cessante Ahmed Abdallah Mohamed Sambi, conseguiu 61 porcento dos votos expressos, segundo os resultados da Comissão Eleitoral Nacional (Ceni) proclamados quarta-feira(29), em Moroni.
O seu principal adversário, o candidato da oposição Mohamed Saïd Fazul, conseguiu 33 porcento dos votos, enquanto o terceiro concorrente, Abdou Djabir, creditou somente seis porcento.
A taxa de participação ao escrutínio foi de 52,8 porcento, segundo dados publicados pela Ceni. Esses resultados, que foram divulgados pelo ministro de Estado dos Assuntos de Eleições, Abderemane Ben Cheikh Achiraf, devem ser confirmados dentro de duas semanas pelo Tribunal Constitucional.
Um dos principais contornos dessas presidenciais é o de chegar ao processo de reconciliação nacional, iniciado em 2001, sob égide da União Africana (UA), por causa da acção separatista da ilha de Anjuan, em Agosto de 1997.
Segundo a Ceni, Mouignu Baraka Saïd Soilihi foi eleito governador de Grande Comore com 58,9 % dos votos, enquanto em Mohéli, Mohamed Ali Saïd foi reeleito no seu posto com 53,7%.
Em Anjouan, onde o presidente Sambi é originário, venceu Anissi Chamsidine (com 59,7%), antigo chefe do protocolo da presidência, que derrotou o governador cessante Moussa Toybou.
De acordo com a oposição, o duplo escrutínio foi marcado por uma "fraude massiva" orquestrada pelo poder sobre a ilha de Anjuan.
Entretanto, Ikililou Dhoinine, um farmacêutico de 48 anos, chegou tarde à cena política, mas a sua imagem é a de um homem íntegro, enquanto os seus opositores ridicularizam-no como alguém submisso ao seu mentor, o presidente Sambi (que não podia se candidatar), de quem foi durante quatro anos vice-presidente encarregado de Finanças e da Saúde.
Segundo o acordo concluído em Junho de 2010, a data de transmissão do poder, que falta por fixar, terá lugar antes de 26 de Maio de 2011.
AFRICA21 – 30.12.2010