A Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos diz que mais de cento e setenta pessoas foram mortas na última semana na Costa do Marfim.
O presidente incumbente, Laurent Gbagbo, continua a recusar abandonar o poder depois do que foi amplamente visto como tendo sido a sua derrota eleitoral.
A Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que está reunida para discutir a crise marfinense, diz que cerca de quinhentas pessoas foram presas e que noventa foram torturadas.
Kyung-wha Kang, a sua Alta Comissária adjunta, diz que é necessário lidar urgentemente com a situação.
"O impasse político tem sido caracterizado pelo uso de força excessiva pelo apoiantes de Laurent Gbagbo para reprimir manifestações e marchas, assédio, intimidação, detenções arbitrárias, tortura, desaparecimentos, e matanças extra-judiciais."
Funcionários da ONU dizem que as suas forças de manutenção da paz estão a ser impedidas de investigar todas as alegações, incluindo algumas que referem a existência de cadáveres em valas comuns.
Os EUA dizem estar a manter negociações com vista ao reforço da presença militar da ONU na Costa do Marfim e que estão a ser feitos esforços para se evitar mais violência - apesar de não descartar o recurso à força.
Apoiantes de Alassane Ouattara, o homem reconhecido pela ONU como vencedor das eleições presidenciais do mês passado, pediram ao Tribunal Penal Internacional para intervir.
Eles querem que os associados de Laurent Gbagbo sejam julgados por quaisquer crimes cometidos.
BBC – 23.12.2010