A CONSTRUÇÃO da Barragem Hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa poderá arrancar em finais do próximo ano ou princípios de 2012 depois da assinatura ontem, em Maputo, do contrato de concessão do empreendimento avaliado em cerca de três biliões de dólares norte-americanos.
Ainda ontem, o Governo assinou um outro contrato de concessão com a Gigawatt Moçambique SA visando a construção de um sistema de geração de 100 megawatts de energia eléctrica a partir de gás natural no distrito da Moamba, na província do Maputo.
A assinatura dos dois contratos é descrito como sendo um passo vital para a materialização dos dois empreendimentos, uma vez que, com a concessão, os investidores passam a dispor de um suporte para o desenvolvimento dos projectos, assinatura dos contratos de comercialização de energia e o seu financiamento.
O Ministro da Energia, Salvador Namburete, descreveu a Barragem de Mphanda Nkuwa como uma infra-estrutura que irá impulsionar o desenvolvimento de Moçambique e da região. É que durante a fase de desenvolvimento do empreendimento o projecto irá criar 100 postos de trabalho e perto de três mil na fase de construção que, em princípio, deverá durar cerca de quatro anos e meio.
A capacidade de 1500 megawatts a ser instalada na primeira fase do projecto de Mphanda Nkuwa, cuja albufeira terá uma área de 97 quilómetros quadrados contra 2700 quilómetros quadrados da albufeira de Cahora Bassa, irá proporcionar a disponibilidade de energia eléctrica para a satisfação efectiva das necessidades de desenvolvimento socioeconómico de Moçambique, permitindo ainda a exportação do excedente sempre que houver, gerando assim divisas para o país.
A Barragem de Mphanda Nkuwa deverá, igualmente, desempenhar um papel importante no controlo e regulação do caudal do rio Zambeze, particularmente a jusante da Barragem de Cahora Bassa, minimizando os efeitos negativos das cheias que têm assolado ciclicamente aquela região do vale do Zambeze.
Por seu turno, a central termo-eléctrica de gás natural de Ressano Garcia irá responder às necessidades de médio prazo em termos de energia eléctrica para Moçambique.
Refira-se que, para além de Salvador Namburete, assinaram também os contratos de concessão Egídeo Leite, Presidente do Conselho de Administração da Hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa, e Johan de Vos, director executivo da Gigawatt Moçambique.