O primeiro secretário-geral da Renamo, Orlando Cristina, foi assassinado em Abril de 1983 numa antiga propriedade agrícola a norte de Pretória, onde funcionava a emissora do movimento.
As suspeitas recaíram sobre Boaventura Bomba, irmão do ex-piloto da Força Aérea moçambicana, Adriano Bomba. Na altura da morte de Cristina, Adriano Bomba encontrava-se numa base da Renamo em Moçambique.
Pormenores sobre as investigações levadas a cabo pelo polícia sul-africana foram revelados perante a Comissão da Verdade e Reconciliação (TRC) em depoimentos feitos por antigos membros das forças armadas sul-africanas (SADF), de 20 a 23 de Novembro de 2000.
O sargento Charles Lotz declarou na audiência da TRC do dia 20 de Novembro, que os interrogatórios de Boaventura Bomba e de 4 outros indivíduos, que se sabe serem de nacionalidade moçambicana, ocorreram num campo militar próximo da residência de Orlando Cristina. Lotz afirmou que durante os interrogatórios, Boaventura Bomba confessou o seu envolvimento na morte de Cristina. Lotz acrescentou que os interrogatórios contaram com a participação de Wouter Basson, então membro do Corpo Médico da SADF, e tido como perito em guerra química.
Após a assinatura do Acordo de Roma de 1992, Afonso Dhlakama declarou à comunicação social em Maputo que Adriano Bomba “havia morrido, foi morto”. De acordo com membros da Renamo, Adriano Bomba terá morrido durante uma emboscada.
A irmã de Adriano e Boaventura Bomba, que permaneceu em bases da Renamo até ao fim da guerra em 1992, regressou a casa dos pais, em Maputo, após a assinatura do Acordo de Roma.
Os depoimentos de Lotz, Van Niekerk e outros, perante as sessões da TRC dos dias 20/23 de Novembro de 2000 encontram-se disponíveis em :
http://ccrweb.ccr.uct.ac.za/archive/cbw/36.html