Caso do empresário baleado em Maputo na véspera de Natal
O caso que continua a fazer as conversas em muitos meios urbanos de Maputo, do baleamento, na sexta-feira, cercas das 19 horas, na marginal, junto à Escola Náutica de Maputo, do empresário muçulmano, de origem paquistanesa, conhecido apenas pelo nome de Manzar, está a merecer das autoridades policiais um total bloqueio informativo e o facto está a provocar as maiores especulações, sobretudo nos meios islâmicos, mas não só.
No briefing habitual com a imprensa, ontem, o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), no Comando da Cidade de Maputo voltou a manter o caso sob um manto de total secretismo. Cerca de quarenta e oito horas depois da ocorrência, no domingo, Arnaldo Chefo, quando interrogado pelo nosso repórter, disse que tinha ouvido falar “por alto” do caso que nenhum órgão de comunicação noticiara até domingo.
Ontem, segunda-feira Arnaldo Chefo, abordado de novo pela nossa Reportagem disse que ele próprio aguarda “pelas investigações em curso”.
O porta-voz do Comando da PRM na capita do País, alegou ainda que “não pode falar” de um assunto sobre o qual está “mal informado”.
Em meios islâmicos corre a versão de que o empresário atingido faz parte de uma sociedade designada por Fenix Investments, presentemente a empreender um edifício no terreno onde em tempos funcionou o Restaurante Vila Italia, na Av. Frederich Engels, e outro, onde em breve se prevê que entre em funcionamento, como já anunciado em out-doors nas principais artérias da capital, o Hotel Radisson, no cruzamento da marginal com a Av. José Craveirinha.
Sobre as circunstâncias em que ocorreu o baleamento do empresário e sobre o estado em que ficou a vítima continua a não haver informações. O que se sabe é apenas o que corre pelos meios islâmicos.
Nesses meios, onde o assunto está no topo das atenções, é referido que a vítima terá recebido um telefonema de sua “cunhada” que se encontraria parqueada num auto-stop junto à marina da Escola Náutica, nas proximidades da Praça Robert Mugabe, e foi até lá ajudá-la a resolver um problema com a polícia. Já no local, segundo a única versão que corre, foi atingido por “dois tiros no pescoço”, disparados por alguém que se alega agora que se fazia transportar numa viatura que se pôs em fuga.
Manzar foi de imediato transportado para a ‘Trauma Clinic’, na Sommerschild, onde acabaria por permanecer até estabilizar e poder ser transferido para o estrangeiro. Seguiu sábado, no período da tarde, com destino a parte incerta. Fontes da comunidade islâmica admitiam ontem que ele está numa clínica na África do Sul, mas admitem que possa estar a haver desinformação por alegados motivos de segurança da vítima.
À porta da residência de Manzar, na Av. do Zimbabwe, a 30 de Março do corrente ano, ao início da tarde explodiu um engenho que estava armadilhado numa motorizada que fora antes estacionada encostada ao junto ao portão principal do imóvel. Nesse mesmo imóvel morara antes Nini Satar, um dos reclusos sentenciado a pena maior proferida pelo Juiz Augusto Paulino, agora Procurador Geral da República, por comprovado envolvimento no assassinato do jornalista Carlos Cardoso.
Manzar é considerado, presentemente, em meios islâmicos, como um dos homens mais ricos de Moçambique. É natural do Paquistão.
CANALMOZ - 28.12.2010