Um tribunal angolano sentenciou um homem a 24 anos de prisão pelo ataque mortífero contra a selecção de futebol do Togo, em Janeiro, no enclave de Cabinda.
O advogado de João António Puati disse à agência francesa de notícas, AFP, que ele fora considerado culpado de cometer uma "rebelião armada".
O autocarro que transportava a selecção togolesa foi atacado quando a equipa entrava em Cabinda para participar na Taça de África das Nações.
No início do seu julgamento, João António Puati declarou-se inocente e desmentiu que tivesse quaisquer ligações com a FLEC, o grupo separatista que reivindicou o ataque.
Um outro homem, Daniel Simba, foi absolvido das mesmas acusações.
Dois funcionários da Federação Togolesa de Futebol foram mortos no ataque, que se prolongou por cerca de 30 minutos.
'Torturado'
"João António Puati estava no local e a sua ligação à FLEC foi estabelecida durante o julgamento," disse à AFP o Procurador da República em Cabinda, António Nito.
Contudo, os advogados de Puati - que apresentaram um recurso - dizem que a ligação à FLEC não foi estabelecida durante o julgamento mas sim em declarações feitas pelo seu constituinte à polícia durante a sua detenção.
O advogado Arão Tempo disse à BBC que João António Puati, que é congolês, havia sido torturado na prisão e forçado a admitir a sua ligação à FLEC.
Na véspera do Natal, quatro activistas de direitos humanos, presos por alegadas ligações ao ataque de Janeiro, foram postos em liberdade.
Organizações de defesa dos direitos humanos acusaram as autoridades angolanas de usarem o ataque contra a selecção do Togo para justificar a tomada de medidas repressivas contra os seus críticos na província de Cabinda.
BBC – 29.12.2010