A FALTA de mão-de-obra está a comprometer a colheita do chá verde na presente campanha agrícola no distrito de Guruè, na Zambézia. As empresas chazeiras dizem que uma grande parte da sua força laboral sazonal, constituída pelos camponeses que residem nas redondezas dos seus campos de cultivo daquele produto, está envolvida em actividades de preparo da terra para a safra agrícola de 2010/2011 para a produção de milho, feijões e soja.
O problema, que não é novo no subsector do chá, agudizou-se este ano devido ao facto de algumas culturas, como soja, algodão e feijões, terem ganho maior aderência dos produtores em virtude de contribuírem de forma significativa para o aumento das rendas das famílias e, consequentemente, para a melhoria das condições sociais.
Outro factor que provavelmente esteja a contribuir para o fraco recrutamento da mão-de-obra sazonal pode estar associado aos baixos salários, longas horas de trabalho, falta de ração e meios de trabalho, como capas e botas.
Apesar destes factores, as empresas dizem ter espaço para dar emprego na campanha agrícola. A Sociedade de Desenvolvimento da Zambézia (SDZ), por exemplo, tem disponíveis 700 vagas para admissão imediata de trabalhadores sazonais.
O director de Produção da SDZ, Ian Larking, pediu ao Executivo durante o encontro entre o Governo e as empresas agro-industriais para que este use a sua capacidade de mobilização da população, através das autoridades comunitárias, por forma a que as vagas sejam ocupadas para que se possa produzir mais.
A sociedade tem 300 trabalhadores permanentes que não estão a dar vazão ao trabalho que têm pela frente, daí que o desafio da empresa em repetir o volume de 1200 toneladas anuais.
As empresas chazeiras apresentam essa preocupação ao governador da Zambézia, Francisco Itae Meque, que escalou a região norte da província para monitorar e avaliar o decurso da campanha agrícola 2010/2011. O governante apelou aos jovens para aproveitarem essa oportunidade de se empregarem para resolver os seus problemas sociais.
Entretanto, as outras empresas presentes no encontro indicaram que o mau estado das estradas afecta o processo de escoamento da produção agrícola dos campos para os centros de consumo. David Maciel, da Mozambique Leaf Tobacco, disse que as rodovias do distrito de Guruè obstaculizam o escoamento da produção, sendo necessária uma intervenção urgente do Governo na sua reabilitação.
Em jeito de resposta, o governador da Zambézia, disse haver boas perspectivas quanto à reabilitação de estradas no distrito. Indicou que o troço Guruè/Magigi, numa extensão de 40 quilómetros, será reparado no próximo ano. Explicou que o concurso para o efeito já foi lançado.
Para além daquele troço, Itae Meque disse que o governo aloca anualmente um milhão e duzentos e cinquenta e mil meticais para a reabilitação de estradas dos principais centros de produção agrícola para os centros de consumo. A fonte afirmou que há um plano de intervenção do governo de Guruè que visa, efectivamente, fazer uma intervenção nesses troços.