A MINISTRA sul-africana do Interior, Nkosazana Dlamini-Zuma, convidou os milhares de zimbabweanos em situação ilegal no país, por recusa de vistos de estudo, de trabalho ou de comércio, a regressarem ao seu país, antes de serem expulsos à força, depois da data limite para regularizarem a sua situação, 31 de Dezembro.
A governante exortou, na segunda-feira, aos cerca de 5000 zimbabweanos, cujos pedidos foram rejeitados, em particular os com cadastro criminal ou desempregados, a não persistir em ficar na África do Sul, explicando que apenas os pedidos de regularização entregues antes de 31 de Dezembro seriam examinados. Advertiu que o seu departamento não fará mais nenhuma excepção a esta regra.
Cerca de dois milhões de zimbabweanos entraram na África do Sul nos últimos anos devido à crise política e económica no seu país.
Na semana passada, Nkosazana Dlamini-Zuma foi citada a suspender a deportação de zimbabweanos em situação ilegal na África do Sul, até que os órgãos competentes emitam os seus pedidos de permanência no país.
Falando em Joanesburgo num Fórum de Zimbabweanos na África do Sul, Nkosazana Zuma explicou que a sua decisão deve-se ao facto de o Zimbabwe não possuir capacidade para emitir mais de 500 passaportes por dia.
A governante afirmou que as autoridades zimbabweanas ainda não emitiram passaportes para 40 mil pessoas, situação que poderá prevalecer até finais deste mês.
A ministra revelou que o Governo do Zimbabwe não pediu assistência a contraparte sul-africana na emissão de passaportes, o que significa muito trabalho ainda por realizar.
A governante aproveitou a ocasião para informar que o prazo estabelecido inicialmente, para a emissão de pedidos de visto para cidadãos zimbabweanos, que expira a 31 deste mês, não será observado, dado o elevado volume de trabalho. Reconheceu haver atrasos no processamento dos pedidos de vistos de permanência, em resultado de falta de impressão digital, uma das condições exigidas pelo ministério sul-africano do Interior.
Falando na condição de anonimato, um membro do Fórum de Zimbabweanos na RAS disse que a ministra não está ao corrente do que exactamente está a acontecer no terreno, pois agentes da lei e ordem sul-africanos continuam a deter os seus concidadãos, que se encontram em situação irregular na África do Sul.
Denunciou detenções sistemáticas de zimbabweanos, facto que, segundo a fonte, choca a medida anunciada pela ministra de suspender o repatriamento.
O ministério sul-africano do Interior exigiu, no início do ano, que todos os imigrantes zimbabweanos residentes ilegalmente na RAS, devem regularizar a sua permanência no país.