Um activista ugandês pelos direitos dos gays, que no ano passado processou um jornal que revelou que ele era homossexual, foi espancado até à morte, alegaram amigos seus.
A polícia confirmou a morte de David Kato mas diz que está a investigar as circunstâncias em que esta ocorreu.
O jornal ugandês Rolling Stone publicou as fotografias de várias pessoas que alegou serem gays, ao lado de uma manchete que dizia "Enforquem-nos".
Actos homossexuais são ilegais no Uganda e podem ser punidos com penas de prisão de até 14 anos.
Recentemente, um deputado tentou aumentar as penalizações, para incluir a pena de morte em alguns casos.
Testemunhas disseram à BBC que um homem entrou na residência de David Kato, nos arredores de Kampala, e espancou-o até à morte antes de abandonar o local.
Ameaças de morte
David Kato pertencia ao Smug, um grupo de defesa das minorias sexuais no Uganda.
O grupo tem recebido ameaças de morte desde a publicação do seu nome e da sua fotografia pelo Rolling Stone no ano passado.
A Human Rights Watch pediu uma investigação rápida às circunstâncias em que ocorreu a sua morte.
"A morte de David Kato é uma perda trágica para a comunidade dos direitos humanos," disse Maria Burnett, da Human Rights Watch.
Ele fizera campanha contra o projecto de lei anti-homossexualidade, que parece ter sido discretamente retirado dos debates do Parlamento do Uganda depois de ter provocado protestos internacionais em 2009.
A seguir a uma queixa apresentada por David Kato e outros, em Novembro um juiz ordenou ao jornal Rolling Stone que parasse de publicar as fotografias de pessoas que alegava serem homossexuais.
Na opinião do juiz, isso constituía uma violação do seu direito à privacidade.
Vários activistas disseram que haviam sido atacados depois das suas fotografias terem sido publicadas.
BBC - 27.01.2011