Protestos anti-governo rebentaram no Egipto depois uma campanha na internet a apelar para um "dia de revolta", inspirado pelos recentes distúrbios na Tunísia.
Milhares de manifestantes estão em protesto na capital do Egipto, Cairo, ecoando slogans contra o governo.
Os manifestantes têm três reivindicações principais: a suspensão da lei de emergência que vigora permanentemente no país (e que restringe liberdades civis), a saída do ministro do Interior e a adopção de um limite de tempo ao mandato presidencial – o que poderia levar ao fim do governo de Mubarak.
A polícia de choque na capital já interveio e disparou gás lacrimogéneo e canhões de água sobre a multidão.
Os confrontos de rua rebentaram depois da polícia tentar pôr termo a um protesto nas imediações do Parlamento.
Aglomerações e manifestações populares são proibidas há décadas no Egito, governado desde 1981 por Hosni Mubarak.
Os protestos são raros no Egipto, país que o presidente Hosni Mubarak governa desde 1981, tolerando poucos distúrbios.
Um correspondente da BBC no local descreveu os protestos como os maiores no país nos últimos anos.
Tunísia
Estes incidentes parecem estar a ser motivados pelos protestos na Tunísia, onde depois de semanas de distúrbios se verificou a deposição do presidente Zine al-Abidine Ben Ali no início deste mês.
O Egito compartilha muitos dos problemas que geraram os problemas na vizinha Tunísia, como o aumento de preços de alimentos, alto índice de desemprego e revolta contra o que percebem ser a corrupção do governo.
Um dos líderes da oposição egípcia, Mohamed El Baradei, pediu para que a população participasse, mas o maior movimento oposicionista do país, a Irmandade Muçulmana, assumiu uma posição mais ambivalente.
A organização disse que não iria aderir oficialmente aos protestos, mas também não iria pedir que os seus membros não participassem.
A população egípcia tem um nível educacional muito mais baixo do que a tunisina, com alta taxa de analfabetismo e pouco acesso à internet.
BBC – 25.01.2011