TODAS as condições técnicas e logísticas estão a ser criadas na cidade de Xai-Xai, em Gaza, com vista ao lançamento formal das actividades atinentes ao Ano Samora Machel. A estátua de Samora está praticamente concluída, não obstante as chuvas intensas que tem vindo a fustigar a província. Tendas estão a ser erguidas para acomodar os milhares de cidadãos que testemunharão o acto. Para a semana, a cidade de Xai-Xai será efectivamente a capital política de Moçambique.
O Director Provincial de Educação em Gaza, João Trabuk, disse ao notícias que a construção da estátua alusiva ao primeiro presidente de Moçambique teve início em 2009. A obra é avaliada em cerca de seis milhões de meticais. Tudo se fez para conferir um visual artístico ao monumento.
João Trabuk apelou a população da província de Gaza para acorrer as celebrações, vincando a sua mocambicanidade e o seu patriotismo. A estátua foi construída no Bairro 10, defronte ao Palácio do Governo província.A VOZ DO POVO
Entretanto, populares abordados pelo notícias em Gaza, a propósito do lançamento do programa comemorativo do Ano Samora Machel mostraram-se orgulhos pelo facto disto acontecer na sua terra e consideraram o primeiro presidente de Moçambique independente como merecedor da grandiosa homenagem.
D. Júlio Langa bispo reformado da Diocese de Xai-Xai, afirmou, usando uma linguagem de crente, que Samora Machel foi um verdadeiro profeta para a libertação da pátria e do seu povo.
“Amava o seu povo; amava a sua pátria. Samora iniciou uma obra que deve ser prosseguida por todos os moçambicanos. Os que dela se desviarem serão condenados pela história. Com os seus ensinamentos, ainda hoje válidos, Samora mantém-se vivo nos corações dos moçambicanos”, afirmou o clérigo.
D. Júlio Langa destacou a figura de Samora Machel na luta contra a corrupção, tribalismo, regionalismo e encorajou os moçambicanos a prosseguirem a luta de forma enérgica contra todos os males.
Por seu turno, Anastácio Matavele, presidente do Fórum das Organizações Não Governamentais de Gaza (FONGA) felicitou o Governo por ter levado as celebrações para a província de Gaza, indicando que esta é verdadeiramente uma terra de heróis.
Sobre a figura de Samora Machel, o nosso interlocutor referiu que esta combateu com valentia todos os males que punham em causa a unidade nacional, o espírito de patriotismo, a auto – estima e promoveu a cultura de trabalho, o que esta a ser prosseguido actualmente pelo Presidente Armando Guebuza.
Segundo Matavele, Samora era um estadista africano. Depois de proclamar a independência de Moçambique, o primeiro presidente não descansou enquanto não visse a Africa inteira livre.
“Lutou contra o regime da Rodésia do Sul; lutou contra o regime minoritário na Africa do Sul e na Namíbia e conseguiu a independência para estes países. Na Africa do Sul lutou pela eliminação do apartheid, fazendo dele um Homem da Africa”, destacou.
O presidente do FONGA salientou que a melhor forma de homenagear Samora é dar continuidade a obra que ele próprio iniciou.
O académico Gustavo Dgedge, docente na Universidade Pedagógica, delegação de Xai-Xai, afirmou que Samora Machel foi um verdadeiro líder da revolução moçambicana. Dirigiu com carisma Moçambique e criou no seio do povo o amor a pátria.
“Samora não foi dirigente de gabinete. Samora ia ao encontro do povo para perceber as suas preocupações e com o povo procurar soluções. As suas ofensivas políticas e organizacionais resultaram na melhoria das condições de vida da população. Samora valorizava a cultura de trabalho. Vamos todos homenagear Samora porque bem o merece”, considerou a fonte.
A HOMENAGEM
Dados colhidos pelo Noticias indicam que o programa das celebrações do Ano Samora Machel começa a 3 de Fevereiro – Dia dos Heróis Moçambicanos.
Nesta data, na cidade de Xai-Xai, em Gaza, o Presidente da República vai inaugurar um monumento erguido em memória de Samora Machel e serão levadas a cabo várias iniciativas político-culturais, recreativas e desportivas visando enaltecer a vida e obra do fundador da República de Moçambique.
Aliás, no decurso de 2011 vários monumentos serão erguidos e inaugurados em todas as capitais provinciais, numa perspectiva que visa imortalizar Samora Moisés Machel.
O programa estadual estabelece que a 29 de Setembro, data do seu aniversário natalício, Samora Machel será homenageado na sua terra natal, Chilembene, distrito de Chókwè, em Gaza. Aqui será lançado um centro de desenvolvimento designado Samora Machel.
Já a 17 de Outubro, Samora Machel será homenageado em Mbuzine, na África do Sul, precisamente no local onde perdeu a vida quando o avião em que viajava de regresso a Maputo se despenhou em circunstancias até hoje não esclarecidas.
No dia 18 de Outubro haverá um simpósio em que se falará da vida e obra de Samora Machel, ao qual são convidadas todas as forças vivas da sociedade: políticos, investigadores, historiadores e outros interessados.
No dia 19 de Outubro, data da sua morte, se assinalará o momento mais alto das celebrações. Na cidade do Maputo haverá a cerimónia de deposição de flores no monumento erguido em memória dos heróis nacionais, aliás, lá onde jazem os restos mortais de Samora Machel, acto seguido de um comício em que se falará da vida e obra daquele estadista. Paralelamente, serão levados a cabo debates, colóquios, simpósios, todos eles enaltecendo Samora.
Dentro do programa está previsto o plantio de árvores e limpeza na cidade do Maputo.
Outras actividades paralelas ao programa estadual serão igualmente acolhidas.
A juventude moçambicana tem a oportunidade de assumir a dianteira nestas celebrações. Até porque Samora definiu a juventude como a seiva da nação.DESCOBERTA DA VERDADE
Quase vinte e cinco anos após o acidente de Mbuzini, a descoberta da verdade sobre a morte do Presidente Samora Machel continua a ser prioridade da nação moçambicana.
Os moçambicanos reafirmam a sua determinação de utilizar todos os meios para o esclarecimento em definitivo das circunstancias em que ocorreu a tragedia de Mbuzini, vitimando Samora e outros membros da delegação que o acompanhavam.FRELIMO EXORTA
A Comissão Política da Frelimo exorta a todos os moçambicanos a participarem activa e massivamente nas celebrações do Ano Samora Machel, fazendo destas um momento de consolidação do espírito de unidade nacional, cultura de paz, espírito de auto estima, espírito patriótico, cultura de trabalho e espírito empreendedor.
A Frelimo quer que este seja um momento de exaltação da historia, das conquistas nacionais, da moçambicanidade dos heróis como fundamentos da unidade, dignidade e identidade nacionais e ainda como reforço da nossa inspiração para o sucesso da luta contra a pobreza.
