JÁ PASSAM 15 dias desde que foi abortada a exportação da madeira a partir do Porto de Pemba, com a descarga dos 161 contentores que por falta de espaço físico para acolher toda mercadoria ao mesmo tempo naquele recinto ferro portuário, recorreu-se para o seu acondicionamento à parques emprestados da firma Abu Varinda e da Empresa de Construção e Manutenção das Estradas (ECMP) onde decorriam o processo de desempacotamento.
O movimento de agentes da autoridade de fiscalização dos sectores de Agricultura e Alfândegas naqueles locais onde durante dias e noites consecutivos decorria o processo de desempacotamento da madeira diminuiu significativamente, sendo que os residentes de Pemba, em particular, acham-se no direito de ouvir o desfecho através da confirmação ou não de que os contentores que iam ser exportados de forma ilegal continham madeira em toros.
Por outro lado, está a ser difícil conseguir uma posição consistente das entidades ligadas ao assunto, o que aumenta os receios de que algo esteja a ser “fabricado” para o consumo público nos próximos dias.
O chefe dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia, Castro Rassul não se dignou a responder à nossa solicitação sobre o que foi (ou está ser) encontrado nos contentores abertos. O mesmo aconteceu quando, através do adido de Imprensa do governador quisemos ouvir a Secretária Permanente do Governo Provincial de Cabo Delgado, Lina Portugal já que o governador, Eliseu Machava, se encontra ausente de férias.
Quem está também fora de Pemba, pelos mesmos motivos, é o director provincial da Agricultura, Mariano Caetano Jone, que nos indicou o seu colega da Indústria e Comércio, Mateus Matusse que, na sua qualidade de porta-voz do Executivo de Machava, disse-nos laconicamente: o processo de descontentorização ainda prossegue, logo que terminar serão chamados para dar o resultado final.
No entanto, ganham corpo as desconfianças adiantadas por alguns cidadãos atentos em relação à transparência do processo, depois que os contentores voltaram aos estaleiros, receando-se que, tal como noutras ocasiões, acabem caindo de novo nas mãos dos prevaricadores de forma pouco transparente.
Por outro lado, o navio Kota Mawar, que se encontrava fundeado ao largo do Porto de Pemba, depois de interromper a sua marcha de regresso da viagem mal sucedida, por não poder conseguir levar a carga que estava exportada, acabou saindo da baía no sábado passado, numa altura em que a Imprensa tinha começado a questionar o seu retorno repentino, depois de ter zarpado.