– considera o secretário executivo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Tomaz Salomão
O Comandante-geral da Polícia da República de Moçambique, Jorge Khalau, diz não ter ainda matéria para afirmar se os imigrantes ilegais são ou não traficantes.
O secretário executivo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Tomaz Salomão, associa o móbil da entrada massiva de imigrantes ilegais nos países da região, particularmente em Moçambique, a um possível tráfico e lavagem de dinheiro.
Na semana passada, 63 indivíduos de nacionalidade bengali foram detidos no Aeroporto de Mavalane após terem desembarcado de um voo da companhia aérea etíope “Ethiopian Airlines”. Vinte e quatro horas depois, uma televisão privada baseada em Maputo reportou outro caso de 70 paquistaneses e bengalis que estavam escondidos numa casa arrendada no Bairro do Aeroporto, arredores da capital do País de nas imediações do aeroporto internacional de Mavalane. Todos eles, segundo as autoridades, tinham vistos falsos.
O moçambicano que é secretário executivo da SADC disse que nos últimos tempos, a imigração ilegal tem-se revelado uma preocupação nos países da região. Nenhum País da SADC veda a entrada de cidadãos estrangeiros quando observa as normas e a legalidade.
Num tom de quem estava incrédulo com o que aconteceu a semana passada (entrada de dezenas de ilegais em Moçambique pelo Aeroporto de Mavalane, num único dia), Tomaz Salomão disse que o primeiro requisito para um cidadão embarcar num avião é ter em ordem o visto emitido pelos serviços de Migração do país de destino.
Entretanto, na prática o que tem acontecido é a existência de muitos ilegais a entrar na zona Austral de África, área da SADC. Uns fogem de conflitos e de guerras. Outros envolvidos em redes de tráfico de droga e lavagem de dinheiro, disse Tomaz Salomão.
Para buscar formas de travar essa tendência, Salomão disse que os comandantes da polícia e dos serviços de Migração dos países da SADC irão reunir-se de emergência para discutir o assunto.
Jorge Khalau promete intransigência contra a imigração ilegal
Por seu turno, o Comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Jorge Khalau, disse “que Moçambique não pode ser penhorado para os imigrantes ilegais”. Khalau falava na última sexta-feira, em Boane, à margem da cerimónia de enceramento da “Operação Festas Felizes”, das Alfândegas de Moçambique.
Quanto aos cidadãos detidos na semana passada no Aeroporto de Mavalane, o comandante disse que o seu repatriamento iniciou-se na quinta-feira passada “pelo mesmo avião que os trouxe”. “Esse repatriamento é feito tendo em conta as condições financeiras do Estado”, explicou.
Jorge Khalau disse também que as forças policiais estão instruídas no sentido de cada vez mais reforçar a vigilância nas fronteiras, nos aeroportos e em outros lugares por onde possivelmente os ilegais possam ter acesso ao País.
Questionado se esses imigrantes que vêm a Moçambique estarão ou não associados a redes de traficantes, Khalau respondeu não ter ainda matéria para tomar uma posição porque, segundo ele, há investigações em curso.
O Comandante geral da Polícia da República de Moçambique lançou um apelo para que nenhum cidadão arrende a sua casa ou dependência sem antes ter informações precisas do arrendatário.
Jorge Khalau pediu mais. Acrescentou: “Cada cidadão deve manter-se vigilante e denunciar os que entram de forma ilegal no nosso País”, apelou.
(Emildo Sambo)
CANALMOZ - 24.01.2011