Manifestantes controlam a cidade de Zawiya, segundo informações da rede de televisão "Al Jazeera"
A oposição líbia tomou o controle da cidade de Zawiya, a 50 quilômetros a oeste de Trípoli, embora a cidade esteja rodeada por tropas leais ao ditador Muamar Kadafi e haja o receio de ataque próximo, informou neste domingo a rede de televisão "Al Jazeera". "Esperamos um ataque a qualquer momento", disse por telefone à emissora uma pessoa identificada apenas como Ezeldina, moradora de Zawiya, agora a cidade mais próxima a Trípoli controlada por forças da oposição.
O governo da Líbia levou jornalistas para Zawiya na manhã deste domingo, mas ao invés de ver o regime de Muamar Khadafi controlando a cidade, a imprensa testemunhou oposicionistas armados montando barricadas no centro da cidade e hasteando bandeiras.
Na última sexta-feira, os confrontos chegaram a Trípoli. Forças de segurança abriram fogo durante protestos de milhares de manifestantes na capital do país. Em pelo menos três bairros da capital houve registro de tiroteios depois das preces de sexta-feira, com as forças de segurança atuando para dispersar os manifestantes que se reuniam para marchar nas ruas ou para deliberadamente atingi-los. Algumas testemunhas, em entrevistas por telefone com agências de notícias, disseram que vários foram feridos ou mortos. Com o acesso limitado aos jornalistas, era impossível verificar os relatos de forma independente.
Ontem, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unicas (ONU) aprovou sanções à Líbia. Resolução aprovada neste sábado pelos 15 membros do máximo organismo da ONU pede ao Tribunal Penal Internacional que imponha embargo total sobre as armas à Líbia, proíba Kadafi de viajar ao exterior e congele seus bens e de outras 21 pessoas de seu entorno, incluindo familiares e os altos cargos do governo.
A resolução autoriza também que o Tribunal Penal Internacional abra uma investigação sobre possíveis violações de direitos humanos durante os conflitos recentes. A ONU autorizou os Estados-membros a adotar todas as medidas necessárias para possibilitar o retorno das agências humanitárias à Líbia e assegurar a rápida e segura ajuda à população civil.
"Obrigado pela adoção desta resolução. Representa apoio moral para o povo líbio", disse o embaixador da Líbia, Abdurrahman Shalgam, que a considerou um "sinal para por fim" ao regime de Kadafi.
ÚLTIMO SEGUNDO - 27.02.2011