A cada momento, aumenta o número de colaboradores do presidente Muammar Kadafi que pedem demissão. Ministros, diplomatas e até militares estão abandonando os cargos por não concordarem com a repressão sangrenta dos protestos contra o presidente.
As demissões mais numerosas encontram-se na diplomacia líbia: os embaixadores nos Estados Unidos, na Índia, no Bangladesh, na Austrália, na Malásia, na China e no Marrocos deixaram os seus postos, culminando com o embaixador do país na ONU, Ibrahim Dabbashi, que exortou o Exército líbio a derrubar Kadafi, “um tirano” que promove o “genocídio” do seu próprio povo. O embaixador da Líbia nos Estados Unidos, Ali Aujali, anunciou que se nega a servir a "um regime ditatorial", e pediu abertamente a renúncia de Kadafi, em uma entrevista ao canal americano ABC.
Na Liga Árabe, o representante do país na organização há mais de 10 anos pediu demissão para poder se juntar “à revolução” e protestar “contra os atos de repressão e violência”.
No governo, o ministro da Justiça, Moustapha Abdel Jalil, abandonou hoje o posto, e dois pilotos de caça líbios desertaram depois de serem ordenados a atirar nos manifestantes na cidade de Benghazi, a segunda mais importante do país.
Já em relação aos estrangeiros que moram na Líbia, diversos países estão enviando aviões para resgatar os seus cidadãos desde que os protestos de intensificaram e o governo passou a responder com a força. Pelo menos 300 pessoas já morreram nos conflitos entre autoridades e manifestantes. Egito, Tunísia, França, Holanda, Alemanha, Itália, Irã e Turquia estão viabilizando o retorno de seus cidadãos. Além disso, milhares de tunisianos e egípcios tentam deixar a Líbia como podem, a maioria pelas fronteias oeste e sul. Há 30 mil tunisianos que vivem na Líbia.
TF1 – 22.02.2011