MOÇAMBIQUE é um exemplo para África por ter eleições democráticas desde 1994, contrariamente a países como a Tunísia e o Egipto, que tiveram o mesmo Presidente durante décadas, defendeu quinta-feira o Centro Africano de Pesquisa e Arquivos Presidenciais.
O representante do centro, Charles Stith, foi recebido em Maputo pelo Presidente da República, Armando Guebuza, a quem entregou uma cópia do relatório “African Leaders State of Africa Report 2010”.
O documento é o nono elaborado pelo centro, desde a sua criação em 2002 pela Universidade norte-americana de Boston, com vista a realizar estudos sobre as reformas democráticas e do comércio livre em África.
A pesquisa reflecte sobre o desenvolvimento positivo dos países relativamente ao processo de democratização e de reformas de mercado, tendo em conta a visão e estratégia dos Chefes de Estado eleitos democraticamente.
Quinta-feira foi a vez de Armando Guebuza, um dos 16 líderes africanos referidos no relatório, receber uma cópia do mesmo, que será tema de debate na mesa redonda presidencial, a ter lugar nas Maurícias em Junho.
No final do encontro, o responsável do APARC atribuiu nota positiva aos progressos feitos pelo país na consolidação da democracia.
De acordo com Charles Stith, Moçambique é um exemplo para África e para o mundo, como comprova o ciclo de cinco eleições democráticas, desde a abertura do país ao pluralismo político em 1990, contrariamente aos países africanos como a Tunísia e o Egipto, que durante 30 anos tiveram regimes autocráticos.
No caso egípcio, após 18 dias consecutivos de manifestações, o Chefe de Estado Hosni Mubarak, de 82 anos, abandonou na antepassada sexta-feira o cargo, que ocupou ao longo de 30 anos, e o poder foi assumido pelas Forças Armadas.
Quanto à Tunísia, o ex-Presidente Zine El Abidine Ben Ali abandonou o país a 14 de Janeiro, depois de 23 anos no poder. O líder não resistiu a um movimento de contestação sem precedentes no país durante quase um mês.
Em Moçambique, desde a independência em 1975, o partido FRELIMO esteve sempre no poder, vencendo em cinco eleições consideradas democráticas e aceites pela comunidade internacional, apesar de rejeitadas pelo principal partido da oposição, a RENAMO.
Segundo a Agência de Informação de Moçambique, Charles Stith salientou ainda os progressos alcançados no crescimento económico de Moçambique, que em 2010 atingiu mais de sete porcento.
“Esta taxa de crescimento alegraria o Presidente (norte-americano) Barack Obama, que anunciou o orçamento dos Estados Unidos da América e o desempenho da economia norte-americana não foi igual ao de Moçambique”, explicou o responsável.