Hillary Clinton declarou que país está em contato com as forças de oposição e enviará "ajuda de qualquer tipo"
Os Estados Unidos afirmaram neste domingo que estão preparados para fornecer "qualquer tipo de ajuda" à oposição ao regime do líder líbio Muamar Kadafi, após o Conselho de Segurança da ONU aprovar uma série de sanções contra Trípoli. O ditador disse que não aceita a decisão internacional e que "abriu fogo contra pegueno grupo que protesta".
Hillary anunciou ajuda após decisão do Conselho de Segurança da ONU
A declaração foi feita pela secretária de Estado, Hillary Clinton. "Primeiro deve acabar o regime (de Muamar Kadafi e sem mais derramamento de sangue. Queremos que ele parta e que leve seus mercenários", disse Clinton ao tomar um avião para a reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU dedicada à crise líbia, em Genebra.
A secretária destacou que os Estados Unidos estão em contato com líbios que tentam se organizar naquele país, no momento em que a revolução chega ao oeste. "Estamos no início da era pós-Kadafi". A declaração da secretária de Estado ocorre após o Conselho de Segurança da ONU aprovar, na noite de sábado, uma bateria de sanções contra o regime de Kadafi e encarregar a Corte Penal Internacional de investigar a repressão na Líbia, que pode constituir crime contra a humanidade. "Os ataques gerais e sistemáticos que atualmente ocorrem contra a população civil podem equivaler a crimes contra a humanidade e o Conselho decidiu enviar a questão à Corte Penal Internacional", afirmou Hillary.
Os quinze países membros do Conselho de Segurança aprovaram ainda um embargo de armas contra a Líbia, a proibição de viagens e o congelamento de bens de Kadafi. O Conselho exigiu também o fim imediato dos ataques contra civis "incitados desde o mais alto nível do governo líbio", e pediu às autoridades líbias que ajam "com a maior moderação" e "garantam a segurança de todos os estrangeiros".
A resolução exige ainda "o trânsito seguro de material humanitário e médico", e a suspensão "imediata de todas as restrições" aos meios de comunicação. A proibição de viajar e o congelamento de bens envolve o líder líbio, oito de seus filhos, e funcionários da Defesa e Inteligência ligados à repressão, totalizando 16 nomes.
Oposição cria conselho
O embargo de armas contempla todas as vendas e transferências de armamento de qualquer categoria, incluindo munição, além da assistência militar. As decisões de Washington e do Conselho de Segurança ocorrem no momento em que a rebelião líbia anuncia a criação de um "Conselho Nacional" para representar as cidades "libertadas" do regime de Kadafi.
"Anunciamos em todas as cidades libertadas da Líbia a criação de um Conselho Nacional", disse Abdelhafez Ghoqa em Bengazi, segunda maior cidade da Líbia e bastião da revolta. "Ainda não podemos chamar de governo de transição, será um conselho nacional até Trípoli ser libertada", destacou Ghoqa.
Segundo fontes revolucionárias, várias cidades do oeste da Líbia estão "nas mãos do povo e preparam a marcha para libertar Trípoli". O advogado Chaban Abu Sitta, membro do comitê revolucionário, declarou à AFP que já foram "libertadas" as cidades de Nalout, Al Rhibat, Kabaw, Jado, Rogban, Zentan, Yefren, Kekla, Gherien e Hawamed.
"Estamos sob a autoridade do governo interino de Bengazi. Com todas as cidades libertadas da montanha do Yebel Nafusa e as que se encontram do outro lado da montanha, nos preparamos para marchar sobre Trípoli e libertar a capital do jugo de Kadhafi".
ÚLTIMO SEGUNDO – 27.02.2011