Justiça egícia determina que ex-presidente e sua família não podem viajar para o exterior
A Justiça do Egito proibiu o ex-presidente Hosni Mubarak de deixar o país, anunciou nesta segunda-feira a TV estatal do país. A proibição vale, também, para a mulher de Mubarak, Suzanne, seus dois filhos, Ala e Gamal, e suas duas noras.
O procurador-geral do Egito, Abdel Meguid Mahmud, já havia pedido o congelamentos dos bens de Mubarak e sua família, inclusive no exterior. Por meio de advogado, o ex-líder afirmou não possuir bens no exterior.
A renúncia de Mubarak aconteceu em 11 de fevereiro, após 18 dias de protestos contra seu governo. Ele transferiu o poder para o Exército e, desde então, vive com a família em sua residência na cidade de Sharm el-Sheikh.
Mubarak assumiu o cargo após a morte do presidente Anwar Sadat, em 1981. Sadat foi assassinado por militantes islâmicos durante uma parada militar no Cairo. Mubarak, sentado ao seu lado, teve sorte em escapar ileso.
Desde então, já sobreviveu a pelo menos seis tentativas de assassinato - na mais séria, o ataque ao carro presidencial logo após a chegada de Mubarak à capital da Etiópia, Addis Abeba, em 1995, para participar de uma cúpula de países africanos.
Além do talento para se desviar dos tiros, o ex-comandante da Força Aérea também segurou com força as rédeas do poder, assumindo um papel de aliado confiável dos Estados Unidos e combatendo um poderoso movimento de oposição em casa.
Nascido em 1928 em uma pequena cidade na província de Menofiya, perto do Cairo, Mubarak manteve sua vida particular longe do domínio público. Ele é casado com Suzanne Mubarak - de ascendência britânica, formada na American University, no Cairo - e tem dois filhos, Gamal e Alaa.
Mubarak não fuma, não bebe e é conhecido por levar uma vida regrada e saudável, com uma rígida rotina diária que tem início às 6h. No passado, amigos e colaboradores próximos reclamavam da rotina do presidente, que começava com uma sessão na academia ou um jogo de squash.
Apesar da falta de apelo popular, o militar criou uma reputação de estadista internacional com base na questão que resultou na morte de Sadat: a busca da paz com Israel.
Com EFE, BBC, AP
ÚLTIMO SEGUNDO – 28.02.2011