O PRESIDENTE dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou na quarta-feira, no seu primeiro pronunciamento desde que a crise começou na Líbia há uma semana, que as autoridades líbias terão de prestar contas sobre os actos de violência contra os manifestantes que pedem a renúncia do líder Muammar Kadhafi.
“As autoridades líbias terão de prestar contas por actos de violência contra a população”, disse.
O discurso do Presidente norte-americano foi feito após o porta-voz do Departamento de Estado, Peter Crowley, afirmar que os EUA estão a considerar uma série de respostas à crise política na Líbia, incluindo a possibilidade de sanções e congelamento de bens.
“Estamos a preparar amplas opções em resposta à violência em coordenação com aliados e parceiros”, disse Obama, ao explicar que a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, estará na segunda-feira em Genebra para se reunir com ministros dos Negócios Estrangeiros, numa sessão do Conselho de Direitos Humanos sobre a violência naquele país do norte da África.
Na sua declaração, Obama afirmou que instruiu o subsecretário de Estado para questões políticas, Bill Burns, a fazer várias escalas “na Europa e na região para intensificar as nossas consultas com aliados e parceiros sobre a situação na Líbia”.
Além das sanções, o Departamento de Estado norte-americano estuda o congelamento dos bens dos membros do Governo líbio e de Kadhafi. “Estamos a observar um âmbito completo de instrumentos e opções disponíveis para alcançarmos o nosso objectivo, que certamente incluem a consideração de sanções”, disse o porta-voz do Departamento de Estado.
Também os países da União Europeia (UE) decidiram avançar na imposição de sanções ao regime de Kadhafi ao encarregar os seus especialistas de apresentar uma série de medidas concretas.
Enquanto isso, da Líbia chegam denúncias de que os imigrantes africanos estão a ser alvo de ataques violentos por parte da população local, convencida de que são os mercenários que o coronel Muammar Kadhafi contratou para matar os seus adversários políticos.
A maioria dos supostos mercenários é, alegadamente, originária da África subsahariana, em especial do Mali, Níger, Chade e do Sudão.
A BBC falou com alguns estudantes africanos a viver na Líbia, que se mostram bastante alarmados com a situação.
Contudo, a Organização Internacional de Migração não confirmou ataques a estrangeiros, dada a dificuldade em obter informações no país.
Cerca de 4600 cidadãos chineses saíram da Líbia até ontem de manhã, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Ma Zhaoxu.
Mais de 30 mil chineses trabalham na Líbia, sobretudo na construção civil e telecomunicações.
NOTA:
É assim que o NOTÍCIAS vê o que se passa na Líbia. Quem falou de guerra?...
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE