Da Líbia chegam denúncias de que os imigrantes africanos estão a ser alvo de ataques violentos por parte da população local, convencida de que se tratam de mercenários do Coronel Muammar Gaddafi, contratados para matar os seus adversários políticos.
A maioria dos supostos mercenários é, alegadamente, originária da África subsariana, em especial do Mali, do Níger, do Chade e do Sudão.
A BBC falou com alguns estudantes africanos a viver na Líbia, que se mostram bastante alarmados com a situação. É o caso de Abubakar, um nigeriano a estudar na capital, Tripoli:
"Temos medo de sair às ruas, porque os líbios estão a acusar os estrangeiros de ajudarem o governo a combater contra eles."
Fuga
Contudo, a Organização Internacional de Migração não conseguiu confirmar os ataques a estrangeiros, dada a dificuldade em obter informações no país.
Segundo a porta-voz da organização, vários governos contactar esta instituição para ajudar a evacuar os seus cidadãos do país:
"Se olharmos para o grande número de imigrantes ilegais no país, particularmente da África subsariana, eles não terão o dinheiro nem os meios para chegar às zonas fronteiriças. Estamos a estudar todas as possibilidades para ver o que será exequível nos próximos dias."
Hostilidades
As hostilidades para com os africanos já remontam ao ano de 2000.
Nessa altura, notícias nos meios de comunicação social davam conta de que jovens líbios se revoltaram contra a entrada de imigrantes da Nigéria, Sudão, Gana, Chade, Níger, Guiné Conacri e Camarões à procura de emprego na Líbia, região rica em petróleo.
Estima-se que existam 1,5 milhões de imigrantes ilegais na Líbia, a maioria dos quais africanos.
BBC – 24.02.2011