O EDIFÍCIO Vila Algarve, localizado na Avenida Ahmed Sekou Touré, na capital do país, vai ser transformado em museu de preservação do património da história da Luta de Libertação Nacional, anunciou ontem, em Maputo, o Presidente da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), Armando Guebuza, na abertura da IV Sessão Ordinária do comité nacional da agremiação.
Armando Guebuza afirmou que a transformação daquele edifício num museu é uma medida que surge em cumprimento da tarefa incumbida à liderança da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), em Abril de 2009, durante os debates da III Sessão do seu Comité Nacional.
Aquele edifício foi durante o período colonial quartel-general da Polícia de Investigação e Defesa do Estado (PIDE), tendo sido ali executados moçambicanos conotados com o movimento de libertação nacional, liderado pela FRELIMO.
No seu discurso, Guebuza destacou o papel desempenhado pela Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional no processo eleitoral, que culminou com a realização das eleições gerais – presidenciais e legislativas – e para as assembleias provinciais de 2009 e ditaram a vitória esmagadora do partido no poder.
Sublinhou o empenho da agremiação e dos seus associados na luta contra a pobreza, que se consubstancia em acções concretas de produção e outras formas de engajamento rumo à conquista do bem-estar.
Lançou três desafios à colectividade, face aos desenvolvimentos políticos e sociais que o país regista, nomeadamente continuar a realizar o seu louvável e insubstituível trabalho de integração social dos combatentes da luta de libertação nacional; a necessidade de se intensificar o trabalho político para que mais filhos dos libertadores da pátria se filiem à organização e fazer com que estes assumam a missão de contribuir com o seu exemplo e experiência na reinserção social dos desmobilizados de guerra, incluindo aqueles que não estão integrados em associações.
Disse que os combatentes da luta de libertação nacional, mantendo e cristalizando a sua identidade e orgulho de serem heróis, têm a responsabilidade histórica de continuarem a dar o seu valioso contributo para a consolidação da paz e da democracia e assegurarem a transmissão contínua dos valores de patriotismo e de auto-estima a toda a sociedade moçambicana.
Lembrou que 2011 foi declarado Ano Samora Machel para assinalar os 25 anos do assassinato do primeiro Presidente de Moçambique independente pelo regime do “apartheid”, exortando, por conseguinte, a todos os combatentes da luta de libertação nacional a tomarem parte activa nas respectivas celebrações.
O Presidente exprimiu preocupação com relação à situação no Norte de África e no Médio Oriente e defendeu o diálogo como o mecanismo mais aconselhável para a partilha e socialização dos desafios e construção de consensos.
“Apelamos ao fim da violência e ao respeito pela vida. Nada deve justificar a morte de cidadãos e a destruição de bens”, disse.