INTRODUÇÃO
O objectivo da presente comunicação é fazer algumas considerações sobre essa forma peculiar de financiamento de défices externos que é constituída pelas remessas dos emigrantes. Trata-se de um tópico de óbvia relevância para a análise da evolução da economia portuguesa nos anos 60 e princípio dos anos 70 (período a que se dedica particular atenção neste estudo), com implicações que se estendem ao presente e às perspectivas de futuro. A óptica que aqui se adopta é a de estudar os mecanismos que permitiram a manutenção do equilíbrio externo da economia portuguesa (basicamente, as relações com as colónias e as remessas dos emigrantes), utilizando as balanças de pagamentos como fonte privilegiada de dados na parte empírica da comunicação, passando depois à discussão das consequências do mecanismo equilibrador que se tornou dominante a partir de meados da década de 60, as remessas dos emigrantes. A secção I debruça-se sobre a disponibilidade de dados das balanças de pagamentos e sobre alguns problemas que se levantam à utilização e interpretação desses dados; as secções ii e iii analisam a importância das colónias e das remessas dos emigrantes, respectivamente, como fontes de divisas; e a secção iv levanta algumas hipóteses quanto aos efeitos das remessas dos emigrantes sobre a evolução da economia portuguesa no período de 1960-73.
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