Moçambique deverá iniciar, brevemente, a produção de bio-combustíveis a partir da jatropha.
Para o efeito, a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e a Agência Japonesa de Cooperação Internacional assinaram, na passada sexta-feira, em Maputo, um acordo ao abrigo do qual aquele país asiático irá disponibilizar cinco milhões de dólares norte-americanos para a implementação do projecto nos próximos cinco anos.
Paralelamente, o Japão deverá fornecer equipamentos a Moçambique, que serão utilizados no processo de cultivo da Jatropha; enviar especialistas para o país e formar especialistas nacionais, para permitir o fornecimento de recursos humanos nacionais qualificados para o projecto.
O processo de implementação do projecto será conduzido pela Universidade de Tóquio (a maior do Japão), e por técnicos da Faculdade de Agronomia da UEM, que neste momento encontram-se a fazer acertos nesse sentido.
Por ocasião da assinatura do acordo, o reitor da UEM, Filipe Couto, manifestou vontade de ver o projecto produzir resultados concretos. “É um desafio para a Faculdade de Agronomia saber implementar este projecto, não só no papel, não só em artigos, mas mostrar onde está a jatropha depois de produzida; onde e como é produzida; onde estão os terrenos; como está o uso da terra (DUAT). Tem que ser uma coisa concreta”.
Fazendo menção às vantagens de cooperar com o Japão, Couto referiu que aquele país “não tem recursos minerais, só tem água em sua volta, mas produz tecnologia e exporta. Como este povo consegue fazer isso e nós que temos tudo (água, recursos minerais), não conseguimos? Não pode ser!”, lamentou. “O Japonês está aqui para nos convidar a trabalhar juntos e produzir ciência inovativa, isto é, que se comercializa imediatamente”, finalizou.
Sem avançar datas, as partes asseguraram ao “O País” que o projecto vai arrancar brevemente.
O PAÍS – 28.03.2011