VAI ficar uma marca da actual governação municipal da cidade de Pemba, a reabilitação da Avenida Eduardo Mondlane, pela profundidade e alcance da obra, quase a rebuscar a ideia inicial, dos tempos idos de como deveria ser construída.
Projectada para duas faixas que a indisciplina de ocupação do terreno, admitida pelos anteriores Governos, não vai permitir, porque já não há espaço para mais nada, a menos que se destruam casas já imponentes, incluindo pelo menos um prédio, o elenco de Sadique Yacub está a tentar corrigir os erros de triste memória para resgatar o pouco que se pode conseguir da beleza que a “Eduardo Mondlane” prometia.
Foi necessário atacar pela raiz, o dilema das sarjetas e valas de drenagem que espalhavam ao longo do percurso da avenida, águas residuais, transformando-a numa das estradas menos cómodas para transitar e a abertura de mais espaços para o trânsito de peões e estacionamento de viaturas, sobretudo os de transportes semicolectivo e táxis.
O presidente do Conselho Municipal não quer se pronunciar à volta deste projecto neste momento, porque prefere que o faça depois de concluído, mas reitera que “tal como sempre dissemos, havemos de cumprir com as nossas promessas, agora estamos a fazer, já houve tempo demais para falar”.
Na verdade, a Avenida Eduardo Mondlane está a transformar a cidade de Pemba, com pequenas pontes construídas para a ligação com os bairros, defendidas por corrimões, que se estendem até aos espaços de estacionamento e paragens dos transportes semi-colectivos, pese a atitude dos munícipes, principalmente dos vendedores ambulantes que já estão a transformá-los em seus assentos e correm o risco de serem destruídos, pelo menos se os locais de venda dos diferentes produtos continuarem aonde hoje funcionam.
A praça da Emulação Socialista tornou-se ainda mais linda e tem pelo lado de Natite um vão consistente junto ao poste de transformação de energia, que foi trabalhado visando torná-lo mais um atractivo, ponto a partir do qual a estrada toma a configuração de duas faixas, mas que depois não se desenvolve, por à jusante tem casas, algumas das quais, definitivas que por isso mutilam a avenida que desde a origem dá um horizonte que termina nas águas do mar, junto ao “Ponto de Encontro”, um restaurante estrategicamente localizado junto à praia.
Entretanto, o Executivo de Sadique Yacub debate-se com permanentes covas em três locais diferentes da cidade, nomeadamente na praça 25 de Setembro, junto ao Pemba Beach Hotel e na principal avenida de Pemba, frente à Direcção Provincial dos Combatentes, onde as empresas que têm sido adjudicadas as obras nunca conseguiram encontrar o antídoto acertado para o fim das crateras que ali se agigantam, consequência das águas pluviais que não encontram saída depois de escoadas a partir da parte alta da cidade.
Durante duas semanas o trânsito, defronte da direcção provincial atrás citada, era feito numa faixa, por a outra se encontrar com uma cova transformada em poço, o que criou muitos dissabores, sobretudo aos automobilistas que tendo estado alguma vez em Pemba, não vinham a saber do inconveniente colocado pelas covas.
A edilidade é chamada a responsabilizar tais empreiteiros que por diversas vezes tentaram sanar o problema, tendo o conseguido apenas na rotunda do Nautilus, na praia do Wimbe, onde abriram uma vala de comunicação entre o bairro Eduardo Mondlane e o mar, construindo sobre a estrada uma pequena ponte.- Pedro Nacuo