Utentes do terminal interprovincial rodoviário da cidade de Nampula, mostram-se agastados com as autoridades municipais locais, devido à sua aparente insensibilidade com relação à ausência de condições para o funcionamento daquela infra-estrutura, que movimenta diariamente milhares de pessoas que por falta de sanitários satisfazem as suas necessidades biológicas ao relento perigando a saúde pública.
O referido terminal localizado num dos pontos de entrada da cidade e de maior movimentação de pessoas em Nampula, recebe viaturas de transporte de carga diversa provenientes das províncias do centro e sul do país, incluindo dos países vizinhos, nomeadamente Zimbabwe, Malawi e Zâmbia.
O mesmo é usado pelos operadores do “chapa 100” que exploram as rotas que ligam a cidade de Nampula a alguns distritos, com particular realce os de Nampula-Rapale, Murrupula, Ribáuè e Malema. Todos os utentes estão sujeitos ao pagamento de um valor correspondente a 75 meticais diários, segundo tabela fixada pela edilidade.
Aliás, o uso da terminal interprovincial rodoviário é obrigatório e segue-se à proibição do estacionamento de camiões ao longo das estradas da cidade de Nampula decretada pela edilidade, como forma de pôr termo à indisciplina que caracteriza o comportamento dos automobilistas daquele tipo de viaturas, cuja prática contribuía para o aumento da sinistralidade rodoviária em parte devido à inobservância das normas e falta de sinalização.
A concepção do referido terminal previa a implantação de sanitários públicos e para o seu normal funcionamento a garantia do abastecimento de água potável, através da rede de abastecimento urbana, condições que no entanto passados cerca de três anos da sua criação não passam de uma miragem, facto que levanta os protestos por parte dos utentes.
“Os motoristas assim como os passageiros do vulgo “chapa 100” que igualmente usam aquele terminal satisfazem as suas necessidades biológicas no interior de sucatas dos machimbombos. A imundície que tomou conta daquele local é tanta que nos últimos tempos nós que pernoitamos no interior dos camiões porque sentimos que não existem condições para permanecer no terminal e equacionamos voltar às estradas para estacionamento dos veículos”- disse Américo Cossa, motorista que opera na rota Maputo-Nampula.
No Conselho Municipal de Nampula ouvimos do respectivo chefe do gabinete do edil local, Abdul Paulo, o reconhecimento da falta de condições de saneamento no terminal rodoviário.
Entretanto, a nossa fonte comentou que “os motoristas estão informados que não há condições para eles pernoitarem no interior dos seus camiões porque ainda não foram construídos sanitários, como também ainda não está instalada a água da rede urbana no terminal”.
Estas afirmações não foram colhidas com agrado por parte dos utentes do terminal interprovincial rodoviário que afirmam categoricamente que não existe nenhuma informação escrita no local, que faça referência a tal facto e questionam como, por exemplo, um passageiro pode satisfazer as suas necessidades biológicas se mesmo ao redor do terminal não existe sanitários públicos.