QUATROCENTAS e trinta e três comunidades de 17 distritos das províncias de Manica, Sofala e Tete, no centro do país, foram declaradas livres de fecalismo a céu a aberto.
O facto resulta do impacto do programa “iniciativa um milhão” que está a ser implementada no país e que conta com o apoio financeiro dos Governos moçambicano, holandês, do Reino dos Países Baixos e ainda do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
As comunidades livres de fecalismo a céu aberto fazem parte dos distritos apurados no chamado “campeonato de saneamento”, nomeadamente Búzi, Gorongosa, Nhamatanda, Marínguè, Chemba, Muanza e Dondo (na província de Sofala), Mutarara, Zumbo, Chifunde, Marávia, Changara e Angónia (província de Tete) e Guro, Manica, Gondola, Mossurize e Sussundenga (província de Manica).
De acordo com Julieta Felicidade Afonso Paulo, chefe do Departamento de Água Rural na Direcção Nacional de Águas, no Ministério das Obras Públicas e Habitação, pelo menos 350.243 pessoas residentes nas comunidades em referência, estão igualmente livres do fecalismo a céu aberto desde 2008, ano em que a iniciativa começou a ser implementada no país e cujo termino está previsto para 2013.
De acordo com a fonte, foram abertas no triénio 2008/2010, um milhão, oitenta e seis mil e 833 latrinas beneficiando igual número de comunidades rurais das três províncias do país. Durante o mesmo período e nos 17 distritos, segundo a fonte, mais de 1400 comunidades foram sensibilizadas do perigo do fecalismo a céu aberto e do saneamento do meio.
Para além de latrinas, o programa “iniciativa um milhão”incidiu no abastecimento de água às comunidades rurais. Assim, segundo dados em nosso poder, no triénio 2009/2010, 991mil pessoas beneficiaram de 1.094 fontes de abastecimento de água, representando uma execução do plano na ordem de 79, 63 e 89 porcento respectivamente, nos anos 2008, 2009 e 2010.
O programa foi lançado em 2007 e com a duração de sete anos e visa até 2013 levar água potável e criar condições adequadas de saneamento para um milhão de pessoas em 18 distritos das províncias de Manica, Tete e Sofala. Trata-se de províncias onde as doenças diarreicas e a malária continuam a contribuir para os elevados índices de morbilidade e mortalidade nas crianças.
- Víctor Machirica