O mistério de desaparecimento dos 1400 toneladas de milho continua por desvendar. A investigação policial ainda não terminou, mas funcionários da Sociedade Geral de Superintendencia (SGS), Caminhos de Ferro (CFM) e o Ministério da Industria, Comercio e Turismo já foram abrangidos por medidas disciplinares. O director do Porto, Alberto Elias, e alguns chefes de departamento foram afastados. Vários funcionários foram detidos pela polícia. A rede dos envolvidos parece ir até à Direcção Nacional do Comercio Interno, que emite as credenciais que as empresas precisam para poder fazer o pagamento da mercadoria ao banco; quando se quis conferir os registos no computador, o disco duro deste desapareceu misteriosamente. A USAID ameaçou retirar toda a ajuda de emergência ao país e confirmou já ter desviado a rota do navio que devia trazer um total de 18 mil toneladas de milho, tendo esta quantidade beneficiado o Ruanda. "Fui vítima do milho, porque tentei saber quem tinha roubado o produto. Agora estou a ver que não havia intenção de procurar o ladrão," desabafou Alberto Elias. Paulo Auade, capitão da marinha mercante, é o novo director do Porto. (Not. 27/01, Not. 24/02, Domingo 25/02 e 3/03)
Notícias de Moçambique – 08.03.1996