Editorial
Raios nos fulminem se isto não for verdade. O país enferma de políticos na verdadeira acepção da palavra. O que existe é uma fornalha de abutres, embusteiros, indivíduos se escrúpulos, capazes de assassinar as mães pelas costas, o que afinal já vêm fazendo, aguilhotinando os seus partidos pelas costas. Entranhas adentro. Provocando convulsões e estertores de agonia. O que é mau. Em política. Sobretudo. Na enorme lista de embusteiros e fanfarrões figuram Afonso Dhlakama, Miguel Mabote, Sibindy, estes da velha guarda e, mais recentemente, Ismael Mussá, Dionisio Quelhas e João Colaço, estes últimos fugidos da capoeira do Movimento Democrático, o MDM portanto.
Estes psicopatas, pseudo políticos, com forte tendência para a mentira, embuste, falsidades, imprecisões, e fanfarronices, usam as facilidades que o campo político lhes oferece para despertar admiração e preferência, sendo que muitas das vezes lhes custa distinguir exactamente onde termina a verdade e onde começa a mentira e o logro doentio, onde os factos reais se confrontam com a fábula, e forçam a sorte a seu favor. Em todos estes tipos de personalidade, quem sofre são os seus partidos, pois estes seus constituintes agem desta forma para chamarem a atenção para a sua proeminência e individualidade próprias, enfraquecendo sobremaneira a participação.
No final se fazem as contas. Estes mesmos partidos perdem hegemonia. Perdem gabarito, e ficam relegados para plano secundário na hora do escrutínio. Porque o povo de burro não tem muito. E isto tem sido verificável em tempos de campanha eleitoral, quando o efeito causa ganha contornos de abstenção e pouca afluência aos encontros de manifestação eleitoral. Por culpa destes sabujos, que não olham para o futuro que a oportunidade política lhes reserva.
Afonso Dhlakama nos dias que correm usa o verbo para disparar discursos de violência. Não olha para o espaço temporal em que se encontra. Age como se estivesse numa ilha. Ora diz que vai organizar manifestações em todo o país, ora grunhe que vai bloquear a Estrada Nacional número Um. Mabote cria um partido e, volta e meia, por causa do dinheiro abandona os seus membros e diz levianamente que é da Frelimo. Yacub Sibindy é o cúmulo da desgraça política. Não tem horizonte, e várias vezes se resfatela em banquetes com o partido no poder. Já Ismael Mussá, o último capanga político em momento crítico, ensaia raides e conta bobices sobre o seu partido. O MDM. Criando um alvoroço na capoeira, de tal forma que hoje no seio do partido emergente se vive em parampas. Os seus seguidores, tal que nem pintainhos atrás da galinha (é raro os pintos seguirem os pais galos) saem em seu auxilio, uivando que também abandonam Simango. Ora, isto é ridículo e conduz-nos à ideia de que de político estes senhores não têm nada. Vivem as ocasiões e os momentos. Como se de prostitutas se tratasse. Afinal, a política corrompe como o dinheiro usado no negócio da profissão mais antiga do mundo. Assim sendo, o que terá corrompido o ego destes malandros políticos?
Há quem arrisca que os serviços de inteligência fizeram o seu trabalho, havendo que vai maia longe, assumindo que Ismael Mussá é do SISE, tendo chegado ao fim a sua missão de espionagem no MDM, como aconteceu outrora no seio da Renamo. Verdade ou não, o importante é que Ismael Mussá já deu o que tinha a dar na política. Resta-lhe mamar as benesses da sua condição de deputado.
Dionísio Quelhas e Colaço também são mandriões no acto de fazer política. Perderam a oportunidade de ficar calados, e o tiro lhes saiu pela culatra. Já ninguém mais lhes dará ouvidos. O povo lhes conhece o hábito. Autênticos camaleões na arte de fazer política.
A procissão ainda vai no adro. Mais pigmeus políticos darão cara nos próximos dias. Até porque o país é rico em oportunidades de Páscoa e bobagem politica.
ZAMBEZE - 28.04.2011