O evento é uma oportunidade para conhecimento do Programa de Cooperação Triangular para o Desenvolvimento Agrícola da Savana Tropical de Moçambique (ProSavana JBM), lançado recentemente
São Paulo acolheu ontem, terça-feira, 26 de Abril, um seminário internacional sobre Agronegócio em Moçambique: Cooperação Brasil-Japão e Oportunidades de Investimento – promovido pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), com apoio da Embrapa e Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA).
O evento proporcionou aos participantes a oportunidade de conhecer o Programa de Cooperação Triangular para o Desenvolvimento Agrícola da Savana Tropical de Moçambique (ProSavana JBM), lançado recentemente, com base nas tecnologias e experiências brasileira e japonesa.
O ProSavana busca contribuir para a promoção do desenvolvimento do sector agrícola e segurança alimentar de Moçambique. O programa pretende tornar dinâmico, competitivo e sócio ambientalmente responsável o sector produtivo moçambicano.
O director do Centro de Promoção de Investimentos de Moçambique (CPI), Lourenço Sambo, foi um dos 17 palestrantes. Ele explicou aos presentes como investir em Moçambique.
A legislação do país, os desafios e incentivos serão por ele abordados. A agricultura da Savana moçambicana será contextualizada, em termos de tecnologia, assistência técnica e extensão rural, infra-estrutura de armazenagem e transportes, crédito agrícola e “clima de investimentos”.
De acordo com o chefe da Secretária de Relações Internacionais da Embrapa, Francisco Basílio de Souza, uma componente importante dos projectos de cooperação técnica é a atracção de investimentos, como factor indutor do desenvolvimento dos países receptores, como Moçambique, que tem se mostrado, cada vez mais, um destino confiável. Basílio ressalta, ainda, o trabalho realizado pelo governo moçambicano, no sentido de promover a segurança jurídica e institucional necessárias para a tomada de decisão dos investidores, informa notícia publicada no site da empresa.
Similaridades
O ProSavana é inspirado na experiência do governo brasileiro, apoiado pelo governo japonês, por meio da JICA. Essa cooperação internacional foi a responsável pelo Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Prodecer), que, iniciado em 1975, se estendeu por cerca de 25 anos.
Os resultados obtidos no Cerrado brasileiro são mundialmente conhecidas.
Em função das similaridades agroclimáticas e agronómicas do Cerrado nacional e da Savana moçambicana, a JICA idealizou o ProSavana. Biomas similares, como explica Basílio, possuem desafios similares em termos de tecnologia agrícola e oportunidade de negócios, como produção de alimentos e exportação.
A partir desse prisma, um acordo foi formalizado, no primeiro semestre de 2010, entre o governo brasileiro (ABC), governo moçambicano (MINAG) e japonês (JICA). Em Novembro passado, as três partes assinaram o documento do projecto para implementação do ProSavana, que possui duas vertentes: (1) agricultura familiar e (2) agricultura comercial.
“A Embrapa fornece a base tecnológica, que garante tranquilidade aos investidores”, afirma Basílio, para completar em seguida: “eles sabem que o que plantarem, vai nascer”. A JICA, por sua vez, financia a estrutura física – bens, obras e equipamentos.
Doze são os centros de pesquisa da Embrapa envolvidos no ProSavana: Monitoramento por Satélite, Solos, Cerrados, Soja, Trigo, Milho e Sorgo, Arroz e Feijão, Agropecuária Oeste, Meio-Norte, Algodão, Semi-Árido e Hortaliças.
(Redacção/ Revista África 21)
O AUTARCA – 27.04.2011