VINTE milhões de dólares estão a ser investidos pela empresa italiana BioEnergy para a produção de jatropha no posto administrativo de Sabié, distrito de Moamba, província do Maputo. A jatropha será exportada para Itália onde será processada e transformada em biodiesel.
O cultivo iniciou em Outubro de 2008, com um total de dez plantas e hoje o projecto conta com 5300 plantas em 70 hectares, naquele que até hoje é tido como o maior campo virado especificamente à produção de semente. O objectivo, segundo João Colombo, técnico agrícola ligado ao projecto, é atingir os 120 hectares projectados, isto sem contar com o viveiro de um hectare e meio que aguarda o seu plantio em campos definitivos.
Colombo explicou que o projecto cobrirá os 120 hectares planificados e que o objectivo é colher até 200 toneladas de jatropha por safra, tudo tendo como destino a produção de biodiesel. Uma vez garantida esta produção, ao que apontou a fonte, a empresa avançará para a segunda fase do projecto que é o da montagem de uma fábrica em Moamba destinada ao processamento e transformação da jatropha em biodiesel. Com a entrada em funcionamento desta unidade, Colombo explicou que o biodiesel passará a ser feito no país, vendido localmente e outra parte exportada para Itália onde a empresa tem necessidades de usá-lo.
A nossa fonte explicou que aquando do início do projecto foram testadas sementes de diferentes países, como são os casos do Brasil, Índia, República Dominicana e Tanzania. Contudo, ao que nos afiançou, foi a semente nacional que provou ser a melhor para replicar a produção, uma vez que dá até dois quilos por planta, ao contrário das outras.
“A nossa semente é leve, dá mais e de fácil colheita. A título experimental, o ano passado colhemos 70 kg somente de semente nacional e estamos a trabalhar para atingir os 200 kg previstos. Fizemos o teste que era para ver com que semente contaríamos, ao que decidimos pela nacional porque produz mais e tem resistido a pragas. De Dezembro do ano passado a Fevereiro último tivemos uma praga (“joaninha”) mas rapidamente conseguimos controlar e, porque a nossa semente é resistente, não tivemos prejuízos de elevada monta”, explicou.
O projecto de cultivo de jatropha na Moamba conta com 31 trabalhadores permanentes e 40 sazonais.