Indivíduos ou organizações não identificadas imprimiram, fotocopiaram e distribuíram em massa na cidade da Beira a última edição do Jornal O Autarca que aborda os contornos da premiação do Edil da Beira, Daviz Simango, pela PMR-Africa, uma revista sul africana que distinguiu o presidente do município da capital provincial de Sofala cinco vezes como melhor autarca em Moçambique e na África Austral.
Pelo menos ao nível da nossa Redacção não ocorre ainda a provável motivação que tenha levado a tais indivíduos ou organizações a agirem de tal forma, mas nos bastidores fala-se aproveitamentos políticos por parte de eventuais forças opostas a Daviz Simango e ao seu partido MDM.
A referida edição que aborda os contornos da premiação de Daviz Simango pela PMR-Africa tem inserido na primeira página com continuação na segunda um artigo intitulado “Município da Beira pode estar a pagar 40 mil dólares por cada premiação de Daviz Simango” e cita um périto sénior em matéria de Administração e Markting com conhecimentos sólidos sobre a PMR-África, que revelou ao O Autarca que esse montante serve para suportar pagamentos a assessoria prestada com a elaboração dos termos de sustentação da distinção, pagamentos das páginas da revista para a inserção dos conteúdos ou pressupostos da premiação, e ainda deslocações e alojamento tanto dos promotores da revista assim como do próprio edil e membros da sua comitiva que geralmente participam desses eventos que acabam se transformando mais num jantar do que propriamente uma cerimónia.
A fonte é citada no referido artigo a revelar que qualquer sujeito e ou instituição pode encomendar àquela revista para a sua distinção, uma prática comum nos últimos tempos geralmente usada por organizações empresariais que pretendam promover a sua imagem no mercado ou obter créditos junto de instituições do seu interesse.
Essa revelação desvaloriza por completo o mérito das sucessivas distinções do autarca Daviz Simango pela PMR-África, porquanto entende-se uma premiação é um acto de recompensa ou honra concedida alguém, o que difere de um acto de aquisição, pois o prémio ou a honra o normal não se compram, se não passa a ser uma auto-premiação ou pseuda-premiação.
O artigo aborda ainda, uma vez que Daviz Simango já foi premiado cinco vezes pela mesma instituição e tendo em conta a denúncia feita ao nosso jornal pelo périto em matéria de Administração e Markting baseado em Maputo e que, sabe-se, já ajudou algumas organizações a aderirem àquele negócio, o município da Beira pode ter despendido até aqui cerca de duzentos mil dólares (aproximadamente 6.6 milhões de meticais) para suportar a distinção do seu edil.
Consta que algumas organizações políticas estão a usar o artigo nas suas campanhas visando demonstrar os seus membros sobre os contornos que levaram a premiação sucessiva de Daviz Simango.
Alguns jornalistas na cidade da Beira comentaram ao nosso jornal que a partir do referido artigo que denuncia os contornos da premiação do edil da
Beira, o mais provável Daviz Simango vai prescindir de futuras distinções do género, para a salvaguarda da sua honra e seu bom nome, até porque serão poucos munícipes que poderão continuar a dar valor esse pséudo-mérito.
O AUTARCA – 30.05.2011
NOTA:
Enquanto o “perito sénior” se mantiver no anonimato, a sua credibilidade e a do jornal, por acumulação, é nula. Pensem bem!
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE