AS autoridades ligadas aos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia em Cabo Delgado acreditam haver negligência de alguns operadores no envio de informação das actividades ligadas à sua actividade, nomeadamente de exploração florestal e madeireira, incluindo uma deliberada sonegação dos volumes explorados e escoados, para além da falta de cumprimento das dimensões recomendadas no processamento.
Este facto é apresentado pela Direcção Provincial da Agricultura como um constrangimento que teve de ser aflorado durante o balanço da campanha florestal do ano passado, oportunidade que serviu para dar informação em relação ao licenciamento para o ano corrente.
Segundo dados a que o “Notícias” teve acesso, na campanha passada haviam sido autorizados 81 pedidos para a exploração de uma área de 50.010 metros cúbicos de espécies diversas, tendo sido licenciado e explorado o volume de 40.310 metros cúbicos, onde se sentiu maior pressão contra o Jambire, a Umbila e a Chanfuta.
Neste ano o número de pedidos autorizados subiu em mais seis operadores, para o que se pretende uma exploração na ordem dos 57.744,3 metros cúbicos, uma clara indicação de que se quer aumentar o nível de exploração para além dos actuais.
O problema da fiscalização voltou a ser tema dominante devido àquilo que se entendeu ser necessidade de maior agressividade, sobretudo contra os furtivos e tanzanianos que exploram e até exportam madeira ilegalmente para o seu país, através do rio que divide Moçambique e a Tanzania.
Dada a magnitude do assunto, diz a Direcção de Agricultura de Cabo Delgado, em coordenação com as instituições do Estado, tais como o do Turismo, da Defesa e a Polícia, está-se a trabalhar com vista a estancar o mal.
Entre os funcionários da Agricultura, nomeadamente fiscais, têm sido detectados aspectos que viabilizam as práticas ilegais, as mais frequentes das quais são a ocupação ilegal e destruição de áreas florestais, exportação, igualmente de forma ilícita, da madeira, transporte, comercialização e contrabando, processamento extra-regulamentos e normas e tentativa de exportação de madeira de primeira classe em toros, que passou a ser recorrente em todas as campanhas.
Entretanto, a Direcção Provincial de Agricultura, preocupada com o reflorescimento, decidiu que na campanha deste ano cada concessionário faça a reposição de 10.000 mudas e 2000 para aqueles do grupo de licença simples, sendo que a entidade responsável providenciará o apoio técnico e material necessários aos donos dos viveiros.
Em Cabo Delgado, para além dos pequenos viveiros comunitários, funcionam oito florestais e até Dezembro do ano passado haviam sido produzidas 381.115 mudas diversas, prevendo-se que neste se atinja uma produção de 400 mil.
- Pedro Nacuo