Violência pós acordos de Lusaka foi "desastrosa" para Moçambique
Por João Santa Rita \ Washington
Moçambique 1974
Os Estados Unidos acompanharam detalhadamente o desenvolvimento da situação em Moçambique nos meses que antecederam a independência do país quando o império colonial português se encontrava no colapso.
Essa foi a "maior surpresa" nas investigações que Fernando Amado Couto fez para escrever o livro "Moçambique 1974 o fim do império e o nascimento de uma Nação".
O livro foi lançado Quinta-feira em Moçambique, uma versão alargada e revista de uma obra anteriormente publicada em Portugal.
Como diz o próprio título o livro versa a história desse ano em que caiu o regime fascista português e se abriram as portas para a descolonização numa altura em que a Frente de Libertação de Moçambique, Frelimo, intensificava a guerra no país.
Numa entrevista à Voz da América Fernando Amado Couto disse considerar que a violência que eclodiu após a assinatura dos acordos de paz de Lusaka teve "consequências desastrosas" para o país porque causou uma saída precipitada de cidadãos portugueses que poderiam ter dado um contributo á independência.
Abordando a questão levantada em alguns círculos que Portugal poderia ter levado a cabo uma descolonização diferente envolvendo outros partidos que não apenas a FRELIMO, Couto disse discordar.
As forças armadas portuguesas tinham deixado de lutar e Portugal não teve outra opção no caso de Moçambique senão entregue os instrumentos da independência ao movimento independentista.
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VOA - 24.06.2011