Portugal não está a honrar os compromissos assumidos
Paulo Portas veio a Maputo deixar claro que Portugal está “amarrado” pela troika e, por isso, muitos projectos que contariam com financiamento luso “vão ter que esperar por uma melhor oportunidade”.
A crise que abala Portugal vai afectar o nosso país. É que muitos projectos que o Governo português prometeu financiar em Moçambique estão seriamente comprometidos, na medida em que Portugal se encontra sob vigilância da Troika, constituída pela União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu, que está a desembolsar cerca de 78 mil milhões de euros em forma de ajuda a Portugal. Trata-se duma ajuda que visa fazer com que aquele país europeu possa equilibrar as suas contas públicas.
Recorde-se que o antigo primeiro-ministro português, José Sócrates, visitou Moçambique, em Março de 2010, e, na altura, o seu Governo assinou acordos com o Governo de Armando Guebuza com vista à viabilização de vários projectos em Moçambique. O ponto mais alto dessa visita foi a assinatura do acordo para a constituição do Banco Nacional de Investimento, uma instituição financeira luso-moçambicana com um capital social de 500 milhões de dólares, e que, segundo as previsões iniciais, já devia estar em operação, mas a crise que abala a economia lusa adia um compromisso anunciado por Sócrates.
Com o desejo da constituição do banco luso-moçambicano hipotecado, ficam adiados os projectos da construção da linha de transporte de energia Tete – Maputo, o projecto da Central Norte da Hidroeléctrica de Cahora Bassa e a ponte Maputo Ka-Tembe - tratam-se de projecto que seriam financiados pelo Banco luso-moçambicano.
Estão hipotecados também os fundos de investimentos anunciado pelo Governo português para financiar a implementação de vários projectos em Moçambique. Desses fundos destaca-se o fundo de 94 milhões de euros, que visa financiar a internacionalização de empresas portuguesas em Moçambique e um outro de 300 milhões de euros para o financiamento de infra-estruturas no país.
300 Milhões de euros que nunca chegam
Em contacto com o nosso jornal, o presidente do Fundo de Estradas, Paulo Elias, confirmou que Portugal não está a desembolsar os 300 milhões de euros prometidos pelo executivo de José Sócrates.