NOVA DÉLI - O ministro da Saúde da Índia, Ghulam Nabi Azad, afirmou nesta segunda-feira que para ele a homossexualidade é uma 'doença' anormal vinda do Ocidente. A declaração gerou revolta em ativistas, nesta terça feira, que argumentam que o comentário do ministro só atrasa a campanha do país por direitos dos homossexuais e luta contra a AIDS.
- Infelizmente essa doença chegou ao nosso país também... Quando um homem faz sexo com outro homem é completamente anormal e não devia acontecer, mas acontece - disse Azad.
A declaração foi feita pelo político durante uma conferência sobre o vírus HIV ecoou como um refrão para o lado conservador do país. Anjali Gopalan, líder do grupo 'NAZ Foundation', que luta pelo direito dos soropositivos e direitos dos homossexuais diz que a declaraçãos de Azad foram profundamente perturbadoras já que vindas do Ministro da Saúde de um país que tem travado uma dura batalha contra a disseminação da AIDS.
- Esses comentários não ajudam a nenhuma causa. E definitivamente não vão ajudar a nossa - defendeu Anjali.
Assustadoramente 2,5 milhões de indianos são portadores da HIV, fazendo com que o país tenha o maior número de soropositivos que vivem na Ásia. Especialistas dizem que a marginalização da população homossexual faz com que seja mais difícil o combate contra a AIDS, pois os alertas dificilmente chegam até eles.
- Se não houver investimentos na construção de uma comunidade, os homossexuais irão continuar a serem marginalizados - argumenta Anjali.
O primeiro-ministro da Índia Manmohan Singh, a líder do partido majoritário no Congresso indiano Sonia Gandhi e vários outros ministros também estavam presentes no encontro. Não houve respostas oficiais imediatas sobre o assunto. A assessoria do primeiro-ministro não quis dar uma posição sobre o acontecido.