Moçambique para todos

Criados 350 mil novos empregos no primeiro semestre deste ano

O país registou durante o primeiro semestre do ano em curso, cerca de 350 mil novos postos de emprego, segundo revelou a Ministra do Trabalho, Helena Taipo, durante o encerramento da 23ª Sessão do Conselho Coordenador do seu ministério, que decorreu de 21 a 22 de Julho corrente, na vila do Songo em Tete.

Maputo, Segunda-Feira, 25 de Julho de 2011:: Notícias

Helena Taipo afirmou que o Governo está a envidar esforços para a redução do desemprego no país tendo acrescentado que só a província de Tete, as empresas mineradoras envolvidas na indústria extractiva de carvão mineral e outros metais básicos empregou cerca de 14 mil pessoas das quais, 8 mil são oriundas de vários pontos da província, 2500 recrutadas em várias províncias do país e os restantes são estrangeiros de diversas nacionalidades.

“A tendência do emprego no país é bastante positiva e de acordo com um dado comparativo de 2010 a 2011, nós conseguimos 14 mil novos postos de trabalho e este número acrescido a outros números registados noutras províncias e no país só neste semestre, fizemos acima de 350 mil novos postos de trabalho, daí que significa que o desemprego baixou e o emprego sobe”, disse Helena Taipo.

Governo usurpa funções dos Tribunais

- Numa atitude de arrogância e despotismo o executivo de Gaza antecipou-se aos tribunais e mandou executar uma acção que aguarda  decisão do TS e TA

Por Raul Senda (texto) e Naíta Ussene (fotos) 

O Governo da província de Gaza acaba de “pontapear” o preceito constitucional que define o princípio de separação de poderes, e ordenou a execução da ordem de encerramento de uma estância turística na praia de Bilene onde é protagonista Belmiro Malate, o actual embaixador moçambicano no Japão, mesmo antes da decisão judicial das instâncias onde o litígio está a ser dirimido.

Trata-se de uma sociedade denominada “À Pérola Lda” que na última sexta-feira, 15 de Julho, viu os seus acessos barrados, portas trancadas e todos os trabalhadores escorraçados para fora do complexo. Os actos foram protagonizados por técnicos das direcções provinciais de Agricultura e de Turismo acompanhados por um forte contingente policial constituído por agentes da Força de Intervenção Rápida e da polícia de protecção.

A má fama dos chineses em África

Os zambianos gostam muito de frangos. De acordo com uma anedota local, é a única coisa que vende mais que a cerveja. Até muito recentemente, não era fácil encontrar frangos no mercado zambiano.

Mas isso mudou há alguns meses. Agora, no populoso mercado central da capital, Lusaka, há camiões cheios de frangos brancos e gordos.

Comerciantes chineses, com as mãos cheias de notas, fazem um negócio chorudo. É difícil encontrar vendedores zambianos. Os que ainda continuam, reclamam fortemente.

“Eles (os chineses) estão a tirar-nos o negócio. Eles têm frangos mais gordos do que os nossos, e vendem a preços mais baratos. Não posso concorrer”, disse Moses Banda.

Os chineses chegaram há uma década, enquadrados em grandes empresas estatais que compraram companhias mineiras para alimentar o insaciável apetite chinês pela matéria prima.

Porquê a prioridade da agricultura e do meio rural

ECONOMICANDO

Por Joao Mosca

A importância da agricultura é apresentada nos documentos e discursos oficiais devido aos seguintes factores:

•   Mais de 70% da população vive no meio rural e a produção agrária é a base económica dessas famílias.

•   A agricultura produz alimentos.

•   Grande parte do emprego da economia está na agricultura e é o sector gerador de grande parte dos rendimentos das famílias rurais.

•   O sector agrário contribui de forma importante para a riqueza nacional tendo variado na maior parte do tempo, entre os 20 e 30% do PIB.

•   A agricultura tem contribuído significativamente para as exportações.

Estas são as chamadas funções tradicionais da agricultura no processo de desenvolvimento a longo prazo das sociedades e economias. Em resumo, trata-se da agricultura e do sector primário gerarem excedentes económicos e acumulação para o desenvolvimento de outros sectores, onde a transferência de recursos se realiza através de vários mecanismos, como por exemplo, do sistema financeiro (poupanças do sector utilizadas em investimentos em outras actividades), da mão-de-obra excedentária por meio da maior produtividade e consequentes salários mais elevados nos sectores secundário e terciário, da fiscalidade e respectivo sistema redistributivo do Estado, entre outras. Por outro lado, o aumento da produtividade na agricultura permite a transferência desses excedentes simultaneamente que o rendimento dos agricultores e a produção aumenta provocando transformações estruturais no sector. Desta forma, a longo de décadas, a agricultura perde peso na economia (menos de 6 ou 7% do PIB), no emprego (menos de 10%), na balança de pagamento, nos gastos e receitas públicas e no rendimento das famílias.

Não dá para aceitar!

A talhe de foice

Por Machado da Graça

No nosso país, o Instituto Nacional de Segurança Social oferece, a muitos milhares de moçambicanos carenciados, uma Pensão de Sobrevivência. O que parece uma coisa óptima até descobrirmos que essa pensão é na ordem dos 100 meticais por pessoa e por mês. Sim, leu bem, 100 (cem) meticais por mês. Isto é 3,3 meticais por dia!

Se alguém comenta esta quantia totalmente absurda, a resposta é sempre a mesma: O país é muito pobre e não é possível dar mais.

No princípio deste ano lectivo o Ministério da Educação informou que não podia contratar professores devidamente credenciados para as nossas escolas, porque não havia dinheiro para lhes pagar. Portanto foram contratados professores não qualificados, deixando aqueles que estudaram, para valorizarem o ensino, no desemprego. A razão, é claro, foi o facto de o país ser muito pobre e não haver dinheiro para contratar os professores qualificados.

TPM já não existem

- municípios de Maputo e Matola passam a gerir os transportes urbanos

Por Emídio Beúla

Os meios materiais, financeiros e humanos dos TPM deverão passar, até finais de Setembro, à gestão dos municípios de Maputo e Matola, depois da aprovação terça-feira última pelo Conselho de Ministros do decreto que revoga o decreto 7/96, de 20 de Março, que criou a transportadora pública da capital do país, tutelada pelo Ministério dos Transportes e Comunicações.

O processo de transmissão dos activos e passivos dos TPM aos dois municípios vizinhos deverá ser supervisionado pelos ministérios dos Transportes e Comunicações e das Finanças. A distribuição dos meios será feita em função das necessidades de cada autarquia e prevê-se que seja concluída até finais de Setembro próximo.

Em declarações à imprensa depois da XXV Sessão do Conselho de Ministros, Alberto Nkutumula disse que as duas edilidades já criaram as respectivas empresas municipais que vão gerir os transportes públicos urbanos, ao abrigo da política de descentralização do Estado. “Não é função do Estado gerir transportes”, lembrou o porta-voz do Governo e vice-ministro da Justiça.

Uma vez mais - Generais no tráfico de madeira

Por Nelson de Carvalho, em Nacala

A carga dos 457 contentores retida no Porto de Nacala com madeira de primeira classe em toros é apontada como propriedade de conhecidos generais ligados à Frelimo, nomeadamente, Lagos Lidimo e Bonifácio Gruveta.

Os contentores foram retidos no Porto de Nacala, província de Nampula, no dia 08 de Julho, quando o navio ‘La Tours Sw51N’ se preparava para zarpar para a China.

Ao que o SAVANA apurou, parte substancial da mercadoria pertence à empresa Casa Bonita e Chanat (Green Timber).

Uma consulta ao Boletim da República mostra que a Chanat (Green Timber) é detida por Ken James Tsou em parceria com Tina Ângela Tsou. A Casa Bonita Internacional é controlada por dois cidadãos chineses, Xu Xiqi e Xu Xizhi. Mas uma fonte próxima deste nebuloso processo de corte e exportação de madeira garante que os chineses são apenas pontas de lança de Lagos Lidimo e Bonifácio Gruveta na Casa Bonita Internacional.

Guebuza recebe prémio com florestas a saque

EDITORIAL

Não será uma sórdida ironia que enquanto o Presidente da República Armando Guebuza é premiado com o “Presente para a Terra”, do Fundo Mundial para a Conservação da Natureza (WWF), em reconhecimento pelo seu trabalho na promoção e aumento das áreas de conservação dos recursos naturais, o seu executivo, em aliança com os chineses, estejam empenhados numa vasta campanha para dizimar florestas inteiras no norte de Moçambique.

As notícias que chegam a partir de Nacala, dando conta da apreensão de 600 contentores enchidos de madeira preciosa pronta a largar para o mercado chinês não podem ter sido bem vindas para uma altura destas, quando todos os discursos, merecedores da ocasião, dão a imagem de um governo responsável e comprometido com a causa da natureza e preservação do meio ambiente.

O Jornal Domingo da última semana fez uma excelente reportagem em que detalha o sinuoso percurso de abate de árvores e exportação de madeira preciosa para a China, naquilo que parece estar recheiado de todos os condimentos para uma parceria inteligente entre empresários moçambicanos e chineses que enchem os bolsos  à custa da delapidação de recursos naturais que são património comum dos moçambicanos.

BIO- COMBUSTÍVEIS - Primeiro óleo de jatropha entra no mercado europeu

MOÇAMBIQUE acaba de fazer a primeira exportação de óleo de jatropha. A proeza foi cometida pela empresa Sun Biofuels Moçambique, de origem britânica, que se encontra implantada na província de Manica.

Maputo, Sexta-Feira, 22 de Julho de 2011:: Notícias

O primeiro lote foi constituído por cerca de 30 toneladas do produto tendo como destino o mercado europeu, nomeadamente a empresa de aviação alemã, Lufthansa, que neste momento se encontra a fazer alguns ensaios para o uso de biocombustíveis.

A primeira exportação vem, de alguma maneira, contrariar o cepticismo que vem caracterizando os debates à volta do cultivo da jatropha, com alguns círculos de opinião a questionar a sua viabilidade fundamentalmente devido à escassêz de estudos científicos detalhados sobre a matéria.

O outro argumento contra o cultivo da jatropha era o receio de que se poderia prejudicar as culturas alimentares. Pensava-se e de alguma forma há quem sustente também que se poderiam diminuir as áreas de pastagem, por se tratar de uma cultura extremamente venenosa.

Devemos defender nossas conquistas alcançadas com a independencia - exorta José Chichava

OS moçambicanos devem defender as conquistas por si alcançadas com a proclamação da independência nacional, a 25 de Junho de 1975, segundo afirmou quinta-feira o deputado e académico José Chichava na palestra sobre a visão estratégica de Samora Machel sobre as nacionalizações.

Maputo, Sábado, 23 de Julho de 2011:: Notícias

“Se nós não fizermos nada, os outros vão tomar conta”, disse José Chichava, concluindo a palestra que proferiu aos militantes do partido Frelimo por ocasião do Ano Samora Machel.

A terra é o bem mais precioso conquistado pelos moçambicanos com a proclamação da independência nacional. Desde logo, a Constituição então vigente anunciava que a terra é propriedade do Estado. Apesar das transformações sócio-económicas ocorridas no país desde 1975, a terra continua propriedade do Estado. Ela não pode ser vendida nem alienada. Mas nos dias correntes, ocorrem muitos factos de venda de terra, quer envolvendo moçambicanos entre si, quer a estrangeiros.

Fogo destrói instalações da editora Vidisco Lda

A VIDISCO Moçambique Lda perdeu, na noite de ontem, a maior parte do seu património e documentos como resultado de um incêndio de grandes proporções que terá sido provocado por um curto-circuito, nas suas instalações sitas na Avenida Mohamed Siad Barre, cidade de Maputo.

Maputo, Sábado, 23 de Julho de 2011:: Notícias

Seguranças que trabalham nos estabelecimentos próximos contaram à nossa Reportagem que o fogo terá partido do primeiro andar do edifício, cerca das 20 horas. Na ocasião, dois gestores da editora encontravam-se no rés-do-chão ainda em jornada laboral.

Porem, eles só se aperceberam da situação quando foram alertados pelos guardas que se encontravam lado exterior do imóvel.

EDITORIAL: Isto ainda é um país?

Por Hélder Xavier   

A resposta à questão acima é para já negativa, mas acreditamos que ela abre uma nova forma de olhar para o papel do Estado moçambicano, o mesmo que tem como objectivo garantir a Justiça, a Segurança e o Bem-estar do povo, o que, na realidade, infelizmente, ainda é uma miragem neste país.

A constatação, por sinal negativa, pode parecer simplista e reducionista, quando tomamos em consideração as razões que estão por detrás da pergunta que dá título ao texto: a exportação (i) legal de madeira através do porto de Nacala, em Nampula.

Mas, diga-se, é esta impressão com que se fica quando um Estado se confunde com um partido, e vice-versa, ou quando se assiste a episódios que se parecem mais com as cenas de uma telenovela mexicana.

Pode parecer que estamos a caricaturar mas não estamos, pois esta é a pura realidade. Aliás, o comportamento do Governo e, por tabela, do Estado, é que é assim. Por nós, Jornal @Verdade, como um órgão de informação independente, apenas limitamo-nos a dar visibilidade às rotineiras práticas (enviesadas) do Executivo de Guebuza.

Biafra e a ponte aérea de São Tomé

Relembre ou conheça aqui

http://saotomeprincipe.eu/caue_projetos/caue_activitats/caue_biafra2011.htm

"Cela ( 8 ) era o lugar do último suspiro e Poucos sabem quantos morreram naquela cela" - Fernando Vumby

Esse drama que vou contar  , exala repugnância em alguns ,mas dentre esses , muitos se calam , até mesmo aqueles que passaram pela cela ( 8 ) e hoje , por sorte ou azar assumem  um cargo no governo.

O motivo que me leva a escrever este tipo de textos , em tom indignado e de uma forma de quem se sente revoltado , é por continuar a sentir  de perto e profundamente a cruel realidade , angolana..

Mesmo longe , por vezes tomo como guia , as próprias situações que um dia vivi em Angola e testemunhos de outros compatriotas , que me confirmam de que , nada mudou ,apenas as práticas foram refinadas para pior.

Leia em http://www.a-patria.com/products/cela-8-era-o-lugar-do-ultimo-suspiro-e-poucos-sabem-quantos-morreram-naquela-cela-fernando-vumby-video-anexado-/

Abortada exportação ilegal de várias espécies marinhas cuja captura é proibida por lei no país

Apreendidas numa residência de cidadãos chineses no bairro da Coop em Maputo.

Depois da madeira, os chineses estão, uma vez mais, envolvidos na exploração ilegal e desenfreada dos recursos naturais. Desta vez, são espécies marinhas que foram apreendidas numa residência de cidadãos chineses e que estavam a ser preparadas, no bairro da Coop, na cidade de Maputo, para exportação ilegal. Algumas dessas espécies estão em extinção e, por isso, são protegidas por lei.

Graças a uma denúncia feita por vizinhos, uma equipa composta por  membros da Polícia Marítima e da Inspecção de Pescas, a nível da cidade de Maputo, apreendeu elevadas quantidades de diferentes espécies marinhas que estavam em processo de conservação para posterior exportação para China ou outros mercados asiáticos.

Silêncio preocupante sobre madeira de Nacala

O SILÊNCIO preocupante que reina no seio das instituições do Estado, como é o caso das Alfândegas e as direcções provinciais da Agricultura e da Indústria e Comércio, em Nampula, à volta do caso dos 600 contentores suspeitos de contrabando de madeira, retidos pelas autoridades aduaneiras no passado dia 8 de Julho, no porto de Nacala, não só alimenta especulações de vária ordem, como também desacredita o principio de funcionamento da administração pública, segundo o qual os actos e acções das instituições públicas carecem de publicitação.

Maputo, Sexta-Feira, 22 de Julho de 2011:: Notícias

Na tentativa de perseguir o intrincado assunto, a nossa Reportagem ligou na manhã de quarta-feira para a Direcção das Alfândegas de Nacala, com o intuito de colher mais subsídios à volta do processo de reverificação dos 457 contentores, dos 600 inicialmente publicitados, contendo madeira em situação de exportação ilegal, pedido que não foi satisfeito, alegadamente porque o director se encontrava reunido.

Ainda ontem, quinta-feira, deslocámo-nos à cidade de Nacala-Porto, que dista cerca de 200 quilómetros, para falar com o director, pretensão que uma vez mais não foi satisfeita, porque, desta feita, a secretária não sabia dizer se o director estava ou não na cidade de Nacala.

Juventude do ANC censura Zuma

A LIGA da Juventude do Congresso Nacional Africano (ANCYL) anunciou terça-feira a preparação de uma campanha destinada a afastar o líder do partido, Jacob Zuma, no próximo congresso marcado para 2012, noticiou ontem a AIM.

Maputo, Sexta-Feira, 22 de Julho de 2011:: Notícias

Segundo esta agência, a ala juvenil do ANC defende que Zuma deve ser substituído pelo vice-Presidente, Kgalema Motlanthe, figura descrita como sendo de maior preferência para o cargo. A liga descreve Motlanthe como o “camarada presidente”, frisando que os jovens deviam inspirar-se nas suas lições e ideias criativas e inovadoras.

EDITORIAL

O GOVERNO anunciou esta semana a dissolução da empresa Transportes Públicos de Maputo (TPM) e a consequente transição do seu património para a gestão dos Municípios de Maputo e Matola, através de duas novas empresas constituídas para prover um serviço municipalizado de transporte de passageiros e carga.

Maputo, Sexta-Feira, 22 de Julho de 2011:: Notícias

Definitivamente, estamos perante uma decisão estruturalmente correcta e estrategicamente oportuna, considerando que ela sugere uma nova abordagem da questão do transporte urbano de passageiros, cuja complexidade há muito que exige soluções tão arrojadas. Um dos factores que concorrem para essa complexidade, sem dúvidas, é o número da população urbana que, tal como acontece em todo Mundo, cresce a um ritmo acelerado, um crescimento que não tem sido devidamente acompanhado pelo desenvolvimento de infra-estruturas e demais facilidades que condicionam a prestação de um bom serviço público aos cidadãos.

Ordem e seguranca do Estado: Disciplinar actores políticos - afirma Edson Macuácua

É tempo de as instituições de direito disciplinarem os actores políticos que se animam e se emocionam por proferir discursos que atentam contra a ordem pública e segurança do Estado.

Maputo, Sexta-Feira, 22 de Julho de 2011:: Notícias

Este entendimento é de Edson Macuácua, Secretário do Comité Central da Frelimo para a área da Mobilização e Propaganda, condenando veementemente, as declarações inflamatórias e atentatórias ao Estado de Direito Democrático proferidas quarta-feira última pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na sua reaparição pública no distrito de Montepuez, em Cabo Delgado, após vários meses de “hibernação política”, na cidade de Nampula.

Edson Macuácua, que é igualmente o porta-voz da Frelimo explicou que o Estado é a única instituição que detém a legitimidade para o recurso ao uso da forca, em benefício da ordem pública. O Estado é a única instituição autorizada a ser titular do exército.

“Quaisquer outros exércitos privados ou paralelos que possam existir consubstanciam flagrante violação à ordem jurídica”, disse Edson Macuácua.

Ressano Garcia: A marcha para “Paragem Única”

Ressano Garcia vai-se tornar numa fronteira de “Paragem Única”, um empreendimento que envolve Moçambique e África do Sul para tornar o comércio externo mais modernizado da região austral. Mas qual é a história daquela mítica vila que a 16 de Março de 1984 testemunhou o Acordo de Nkomati?

Maputo, Sexta-Feira, 22 de Julho de 2011:: Notícias

É começo da tarde de 2 de Junho e o céu é de um azul intenso. Rapidamente, deixámos a capital – Maputo – e seguimos pela estrada nacional número 4, vulgo Maputo/Witbank. Uma curva, uma ponteca e uma contracurva. Mais uma ponteca e outra vez curva e contracurva. Da fresta do “Ford Ranger” que desliza sobre o asfalto ao comando do director do Gabinete de Comunicação e Imagem, Daúd Daia, a viagem para Ressano Garcia é irresistivelmente agradável: a savana – ainda verde – que se estende na planície da Moamba e as manadas de gado bovino que parecem correr para trás de nós emprestam um panorama com uma beleza a mais.

Venda ilegal de terra faz “cair” chefes de quarteirão

No município da Matola 

A chefe do quarteirão 14 fora detida no mês passado por venda ilegal de terrenos. Neste momento aguarda o julgamento em liberdade

Os chefes de quarteirão 24 e 29, no Bairro de Intaka, no Município da Matola, acabam de ser destituídos por se ter “apurado” e “provado” o seu envolvimento em esquemas de “venda ilícita de terrenos” naquele bairro. A chefe de quarteirão 14 chegou a ser detida, também por negociatas de terrenos.

O chefe do posto administrativo do Infulene, Manuel Honwana, não revelou as identidades dos chefes de quarteirão, alegando que no caso de uma das pessoas envolvidas neste negócio, o seu processo – por ser grave – está no tribunal a aguardar o devido julgamento.

“Temos chefes de quarteirão que foram convidados a abandonar os postos por venda ilegal de terra. Achamos melhor purificar... Uma das pessoas (chefe de quarteirão 14) até esteve em detenção provisória, mas neste momento aguarda o julgamento em liberdade”, disse.

Leia em http://www.canalmoz.co.mz/hoje/19927-venda-ilegal-de-terra-faz-cair-chefes-de-quarteirao.html

Quando perante a promiscuidade prevalece a necessidade e a urgência de soluções

Editorial

A nossa sugestão 

“A democracia é o esforço contínuo dos governados contra os abusos de poder” – Alain, filosofo francês (1868-1951)

O Governo central, apesar dos seus solavancos em termos de ética no caso promíscuo da aquisição dos novos autocarros para a empresa Transportes Públicos de Maputo (TPM), acaba de nos provar, finalmente, que reconhece as dificuldades por que estão a passar os cidadãos residentes na cidade capital do País, Maputo, e ainda da sua “satélite” e capital da província de Maputo, a cidade da Matola. Ambas formam o que também se pode chamar “Grande Maputo”. E em ambas urbes há pessoas a morar numa cidade mas a trabalhar na outra, com problemas muito sérios de transporte.

As duas cidades são vizinhas e em seu redor existem ainda vastas zonas que se enquadram em áreas de jurisdição de cada província e que se entrecruzam sem que se possa facilmente perceber se estamos em determinado momento numa ou noutra, isto é, se estamos em Maputo-Cidade – que é, simultaneamente, uma província a que corresponde exactamente a jurisdição do Município de Maputo – ou se estamos na província de Maputo, cuja capital é no Município da Matola.

Leia em http://www.canalmoz.co.mz/hoje/19925-quando-perante-a-promiscuidade-prevalece-a-necessidade-e-a-urgencia-de-solucoes.html

Município de Lichinga esclarece que não baniu saias curtas

Contrariamente as notícias postas a circular na semana passada, dando conta que o Concelho Municipal da cidade de Lichinga havia aprovado uma resolução que pretendia restringir o uso de saias curtas naquela cidade, como forma de combater a prostituição, a edilidade veio esta semana esclarecer, em comunicado que essas notícias não são verdadeiras.

De acordo com um comunicado, assinado pelo Presidente do Município, a que tivemos acesso a resolução nº 28/AMCL/SO/2011, deliberada pela Assembleia Municipal de Lichinga, no dia 05 de Julho de 2011, aprovou as seguintes medidas:

1. proibição da prática da mendicidade nos estabelecimentos comerciais e a aplicação de uma multa de 200.000,00mt (duzentos mil meticais) aos infractores;
2. proibição de acolhimento de pessoas para a pratica de prostituição infantil nas casas de hóspedes e pensões, aos infractores aplicação de uma multa de 150.000,00mt (cento e cinquenta mil meticais);

    3.  proibição da poluição sonora na cidade de Lichinga de 2ª -5ª feira depois das 20horas e aos domingos depois das 24horas, aos infractores a aplicação de multa de 100.000,00mt ( cem mil meticais).

@VERDADE - 20.07.2011

Às portas da capital: Linchadas duas pessoas em Marracuene

Duas pessoas foram linchadas ontem, 20, em Marracuene, escassos quilométros da cidade de Maputo.

A administradora do distrito, Maria Vicente, disse que uma das vítimas estava na companhia do seu filho menor, entretanto espancado, encontrando-se sob cuidados hospitalares.

Não são ainda conhecidos os motivos reais dos linchamentos, sabendo-se apenas que as vítimas terão sido abordadas na rua por um grupo de jovens conhecidos nos meanros do crime.

Trata-se do primeiro caso do género em Marracuene, segundo Maria Vicente.

RM – 21.07.2011

Reviravolta no resultado das eleições Delfim Neves subiu para terceiro lugar

Após a realização esta quarta – feira da votação nas localidades onde a população boicotou o escrutínio de Domingo, o resultado provisório das eleições presidenciais sofreu alguma alteração. Delfim Neves subiu para terceiro lugar e Maria das Neves baixou para quarto lugar.
A alteração foi determinada pelos eleitores de Capela no distrito de Mé-Zochi e Santa Catarina e arredores no distrito de Lembá.
Delfim Neves que tinha 8120 votos na eleição de domingo correspondentes a 13,89%, subiu para 8586 votos correspondentes a 14,32% dos votos expressos nas urnas. Maria das Neves que na eleição de domingo foi considerada como a terceira candidata mais votada, baixou após a votação nas comunidades que boicotaram as eleições de domingo, para o quarto lugar. Maria das Neves arrecadou no dia 17 de Julho 14,03% dos votos, ou seja, 8208 votos. Com o escrutínio de Capela, Santa Catarina e arredores, conquistou mais votos, num total de 8425 equivalentes a 14,05% dos votos expressos.
Mais de 1000 eleitores exerceram direito de voto nas comunidades de Mé-Zochi e Lembá, tendo forçado também alguma alteração em termos percentuais no resultado dos dois candidatos que seguem para a segunda volta, nomeadamente Pinto da Costa e Evaristo Carvalho.
Nos resultados provisórios de Domingo, a CEN anunciou que Pinto da Costa tinha arrecadado 35,82% dos votos expressos nas urnas. A votação desta quarta-feira, provocou ligeira baixa para 35, 58%. Evaristo Carvalho que no domingo tinha 21,82% dos votos, também baixou para 21,74%.
Abel Veiga

Tela Non – 21.07.2011

Dhlakama está de volta, “Até mísseis tenho para derrubar aviões”

O líder da RENAMO, principal partido da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, assegurou que realizará manifestações pacíficas à escala nacional para "retirar a FRELIMO do poder e criar um governo de transição em Moçambique que durará, no máximo, três anos".
O líder da RENAMO iniciou uma digressão por províncias do centro e norte do país, após um período de inactividade que coincidiu com a sua mudança de residência de Maputo para Nampula.
Na terça-feira, Afonso Dhlakama manteve um encontro com ex-combatentes no distrito de Montepuez, em Cabo Delgado, província do norte, onde assegurou que vai realizar manifestações.
"Essa manifestação não é para se recuar, é para retirar a FRELIMO do poder e criarmos um governo de transição que irá durar no máximo três anos, organizar bem as estruturas do Estado para que Moçambique passe a pertencer aos moçambicanos", disse o líder da RENAMO, sem apontar datas.

GOVERNADOR VERSUS ADMINISTRADORES

Comentário Por: Carlos Tembe

O governador Felismino Tocoli visita os distritos no âmbito da governação aberta e inclusiva.

Tudo bem por cumprir a minuta. No entanto já vão cerca de seis distritos que o governante visita e as populações criticam o comportamento dos respectivos administradores chegando mesmo a pedir a sua substituição imediata recorrendo à linguagem suave ou popular segundo a qual “quando excelência voltar a Nampula não esqueça de levar consigo este seu administrador”.

Para as pessoas que vivem fora do distrito onde a população exige a substituição do administrador local o risco de leitura precipitada sobre as razões do pedido são de que o administrador desviou fundos, não respeita as populações ou que agiu em vingança contra este ou aquele funcionário público.

Recordo o velho ditado que diz que “quando os nossos filhos viram ladrões, viciados em álcool e drogas, reflecte que a educação que tem de seus pais é deficitária e que se exige reforma na forma de condução” o que exige controlo permanente em relação aos seus actos dentro e fora de casa.

FERNANDO COUTO JÁ NÃO É ADMINISTRADOR–DELEGADO

Do Corredor de Desenvolvimento do Norte

O empresário, jurista e jornalista Fernando Amado Couto já não é administrador da Sociedade de Desenvolvimento do Corredor de Nacala (SDCN), por decisão do Conselho de Administração do consórcio que gere aquele sistema ferroportuário que liga o Porto de Nacala ao Malawi.

Este facto foi confirmado pelo próprio, o qual acrescentou que a decisão foi tomada há cerca de um ano numa reunião do Conselho da Administração, agora detido pela Vale Moçambique, a maior accionista da sociedade com 51 por cento das acções.

Neste momento, a sociedade é dirigida por uma comissão executiva, constituída apenas por brasileiros, em número não revelado.

Assassinatos inquietam Infulene

No município da Matola

Em cinco dias, foram encontrados 5 cadáveres e duas viaturas roubadas com recurso a armas de fogo

Os criminosos aterrorizam os bairros Khongolote, 1º de Maio e Ndlavela, no posto administrativo de Infulene, do Município da Matola. Só nos últimos cinco dias foram encontrados cinco corpos sem vida neste posto administrativo, para além de duas viaturas roubadas com recurso a armas de fogo.

Estas informações foram avançadas ontem ao Canalmoz pelo chefe do posto administrativo de Infulene, Manuel Honwana, que sublinhou que a maior parte dos corpos achados nesses bairros não eram de residentes dos mesmos, o que faz supor que as pessoas são mortas noutros locais e trazidas sem vida para os seus corpos serem abandonados.

“Há roubos de viaturas e assassinatos. Só na semana passada, tivemos três casos de corpos sem vida nos bairros 1º de Maio e Khongolote e dois casos em Ndlavela”, disse-nos Manuel Honwana, queixando-se da existência de um reduzido número de agentes policiais afectos nos postos policiais de Khongolote, 1º de Maio e Intaka. Num dos casos de Ndlavela, o finado foi encontrado numa cova.

Leia em http://www.canalmoz.co.mz/hoje/19917-assassinatos-inquietam-infulene.html

Salvador Allende suicidou-se com AK-47 oferecida por Fidel Castro

Peritos chilenos confirmam

Depois de dois meses de exames e pesquisas forenses, um relatório médico divulgado terça-feira confirma que Salvador Allende suicidou-se na tarde de 11 de Setembro de 1973. Militares golpistas haviam sitiado o Palácio da Moeda tendo Allende resistido durante cinco horas de bombardeamentos e ao avanço das tropas a mando do General Augusto Pinochet.

O relatório foi elaborado por uma equipa multidisciplinar, integrada por nove peritos chilenos e estrangeiros que começaram a trabalhar no caso em Maio, depois do corpo de Allende ter sido exumado por ordem do juiz Mario Carroza

Leia em http://www.canalmoz.co.mz/hoje/19924-salvador-allende-suicidou-se-com-ak-47-oferecida-por-fidel-castro.html

IMPÉRIOS E DESCOLONIZAÇÕES

Militarização da sociedade nas colónias portuguesas, 1961-1974

Nosso objetivo é levantar e discutir as principais questões do artigo Da violência colonial ordenada à ordem pós colonial violenta de Borges Coelho, bem como refletir sobre alguns pontos acerca do tema da descolonização de algumas das colónias portuguesas em África, a saber, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.

Para tanto, num primeiro momento explicitaremos alguns conceitos utilizados pelo autor para tratar desse assunto, e que atinge, de forma mais ou menos relevante a história da descolonização dessas três colónias. O grande mote de Borges Coelho é procurar perceber porque países saindo de guerras coloniais tão longas e destrutivas, mergulharam em guerras internas ainda piores. Assim, ele propõe como hipótese a contribuição dessas guerras coloniais como geradoras destes conflitos posteriores, através do que ele nomeia como “potencial de violência”.

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Condé escapa a um atentado

UM soldado da guarda presidencial morreu ontem durante um ataque levado a  cabo por militares contra a residência do presidente Alpha Condé (foto), na Guiné-Conackry, declarou à AFP, François Fall, secretário-geral da presidência.

Maputo, Quarta-Feira, 20 de Julho de 2011:: Notícias

De acordo com fontes oficiais o ataque foi perpetrado com recurso a um rocket, e desconhece-se a sua origem. “Há um morto entre os soldados da guarda presidencial”, disse Fall que não fez referência ao estado de outras vítimas e afirmou que “por enquanto”, as motivações dos assaltantes não são conhecidas. François Fall garantiu à AFP que Alpha Condé está "são e salvo". Na sequência desse ataque, o antigo chefe do estado-maior do Exército, general Nouhou Thiam foi detido, conforme disse a mulher, à AFP. Pouco depois do ataque, Condé pediu, na radiotelevisão pública RTG, “calma e vigilância” aos compatriotas.

Legislação eleitoral: Renamo defende amplo consenso

A BANCADA parlamentar da Renamo defende a reabertura imediata e incondicional das discussões em torno do artigo 85 da Lei 7/2007, referente à eleição do Presidente da República e dos deputados da Assembleia da República, no âmbito da revisão do pacote eleitoral, ora em curso no país.

Maputo, Quarta-Feira, 20 de Julho de 2011:: Notícias

 

Esta posição, segundo o relator desta bancada, Saimone Macuiana, visa a busca de maior consenso em torno das normas que regem as eleições no país, de forma a que o país consiga realizar eleições justas, livres e transparentes.

Este dispositivo versa sobre o suprimento das divergências na contagem de votos e sobre o princípio da transparência na contagem de votos. Por exemplo, refere o artigo que em caso de discrepância do número de votos que se encontram na urna e os assinalados no caderno de votação, prevalece os que se encontram na urna para efeitos de apuramento.

Moçambique é o segundo melhor país entre os lusófonos para fazer negócios

Moçambique é o segundo melhor país lusófono para fazer negócios, de acordo com o estudo Doing Business/2011, que estabelece uma classificação dos melhores países do mundo para actividades comerciais.

O estudo, que avaliou 183 países, aponta Portugal (31º) como o melhor país lusófono para fazer negócios, seguido de Moçambique (126º), Brasil (127º), Cabo Verde (132º), Angola (163º), Timor-Leste (174º), Guiné-Bissau (176º) e São Tomé e Príncipe (178º).

Face ao ano anterior, quando que figurava no 130º lugar, Moçambique melhorou quatro pontos. Já o Brasil desceu este ano três posições, sendo por isso ultrapassado por Moçambique.

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Governo culpa sociedade pela baixa qualidade de ensino

O Governo atira a responsabilidade do fraco aproveitamento pedagógico nas escolas, bem como da baixa qualidade do ensino no país, à sociedade, negando que isso seja problema do professor ou do sistema do ensino em vigor. O director provincial adjunto da Educação e Cultura de Maputo, Faustino Nativo, negou perante os jovens reunidos na cidade da Matola que os problemas da educação e aproveitamento pedagógico de alunos nas escolas do país sejam dos professores ou mesmo do sector da educação.

“A responsabilidade do ensino tem que ser compartilhada”, disse Faustino Nativo, membro do Governo em exercício na Província de Maputo, acrescentando que “os problemas de aproveitamento pedagógico não são do professor ou da educação, mas, sim, da sociedade”.

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Decidi lutar para melhorar a vida dos deficientes.

De um dia para o outro,a vida fez de mim alguem com menos um sentido. Em uma noite adormeci, ao dispertar, estava surdo...e so depois de longas horas apercebi-me disso. Por instantes julgava-me sonhando, mas depois os factos foram se revelando.

Fiquei em estado de choque durante varias horas, em silencio total. Apenas ouvindo o barrulho das minhas lagrimas!

Os olhares que me eram derigidos outrora, comecaram a fazer sentido. Lagrimas nao paravam de jorar, mas tudo em surdina, pensativo...em pleno dia, os meus olhos so viam o escuro, era apenas o sabor da inexistentencia...Foram horas de inspiracao. Mais eu sabia que nao podia continuar como estava.

A morte convidava-me a entrar em seus apozentos, e eu sentia-me a caminhar em sua direcao. A unica forma de livrar-me disso foi expirando a minha dor com um grito triste!

Estava SURDO!!! Era deficiente auditivo. Estava privado dos sons da natureza. Nesse instante era refem do silencio para o resto da minha vida!

Será que em Moçambique existe uma transição democrática completa?

Por Joaquim M. Malola*
Em Moçambique há um enorme gap entre o que está escrito na lei e a realidade brutal da aplicação da lei. A nova constituição, promulgada em 1990 e revista em 2004, conseguiu incorporar muitos direitos individuais que foram violados sistematicamente no período não democrático. Os direitos à vida e à integridade pessoal foram reconhecidos. No entanto, apesar do reconhecimento formal desses direitos, a violência oficial continua.

A questão que gostaria de formular neste texto é a seguinte: será que em Moçambique a transição de uma sociedade não democrática para uma sociedade democrática foi completa? Será que temos uma democracia consolidada? Para responder a isso, que reputo uma questão difícil, é preciso dar uma vista d’olhos um dos conceitos de Juan J. Linz e Alfred Stepan que definiram a transição democrática como um grau suficiente de acordo alcançado quanto a procedimentos políticos visando obter um governo político; quando o governo chega ao poder como resultado direito do voto popular livre; quando esse governo tem, de fato a autoridade de gerar novas políticas; e quando os poderes Executivos, Legislativos e Judiciários, criados pela nova democracia, não têm que jure dividir o poder com outros organismos (1999, p.21).
Os autores vão mais longe ao afirmarem que uma democracia é consolidada quando: grande maioria de opinião pública mantém a crença nos procedimentos das instituições democráticas; em termos constitucionais, um regime democrático está consolidado quando tanto às forças governamentais quanto não-governamentais, sujeitam-se e habituam-se a resolução de conflitos dentro de leis. Procedimentos e instituições específicas sancionadas pelo novo processo democrático (LINZ; STEPAN, 1999, p.24).

Mulher Melancia versus Bispo Macedo

Por Marílio Wane*

Em Março deste ano, a cidade de Maputo viveu um inusitado encontro entre o sagrado e o profano. Para animar a noite de sábado dos maputenses, a sensual Mulher Melancia apresentou-se no Coconuts, famosa casa de espectáculos da cidade, e no domingo, foi inaugurado o Cenáculo da Fé, o maior templo da Igreja Universal do Reino de Deus no continente africano. A princípio, os dois acontecimentos não teriam nenhuma relação um com o outro não fosse o facto de serem indicadores da massiva presença brasileira no quotidiano dos moçambicanos. Inclusive, a diferença de propósito existente entre os dois reflete a diversidade com que se manifesta essa mesma presença; se ao nível macro, já temos o grande capital brasileiro e acções de cooperação de Estado nas mais diversas áreas, as duas visitas deram ainda mais a dimensão microssocial, quotidiana, deste encontro de culturas.

Na dimensão do profano, a exibição da Mulher Melancia fazia parte das comemorações do carnaval na cidade, porém, deve se dizer que Maputo não tem uma tradição forte em relação a essa festa popular, sendo mais correcto dizer que “carnaval” era muito mais uma forma de produzir um mote puablicitário para atrair as pessoas. Aliás, a principal referência dessa festa para os moçambicanos é justamente a do Brasil, a que tem acesso através da televisão. Para os que não conhecem, “Mulher Melancia” é uma personagem representada pela dançarina brasileira Andressa Soares, cujo nome artístico é uma referência à sua bunda avantajada. Assim, a principal atracção desta jovem é o apelo erótico explícito do seu show, tanto nas coreografias quanto nas letras das músicas, tendo sido bastante conhecida em seu país de origem pelo hit da “Dança do Créu”, lançado no verão de 2007/08.

Bilal e Naíma

A talhe de foice

Por Machado da Graça

Hoje vou fazer duas coisas que não costumo fazer nesta minha coluna: falar de um assunto que me toca muito pessoalmente e, por outro lado, falar de um assunto que me agrada muito.

Vou, portanto, falar do Bilal e da Naíma.

O Bilal é meu neto. Nascido há 4 meses. Filho da minha filha Sara e do seu companheiro moçambicano Sérgio. O mulatinho mais bonito que nasceu nos últimos 4 mil anos, mais ano, menos ano.

A Naíma é prima do Bilal. Nasceu pouco depois dele, filha do Nuno, primo direito da Sara, e da Helena Kok, uma jovem chinesa de Macau.

O que significa que, numa mesma família, e com um intervalo de poucas semanas, se misturaram, em nova gente, sangues da Europa, da África e da Ásia.

Edifícios de pó

EDITORIAL

Muito recentemente, o Procurador Geral da República, Dr. Augusto Paulino, afirmou publicamente que dinheiro proveniente do tráfico de drogas ou outras actividades ilícitas estava a ser lavado através do sector da imobiliária, com a construção de edifícios para diferentes fins, particularmente na cidade de Maputo.

Podem não ter sido estas exactamente as palavras escolhidas pelo Dr. Paulino para manifestar a sua indignação, mas o efeito do que disse resume-se ao facto de que a economia formal de Moçambique, no estado em que se encontra, não possuir robustez suficiente para suportar um boom imobiliário na magnitude em que este sector tem vindo a se desenvolver.

Só uma atitude de irresponsabilidade grosseira motivaria um alto responsável da justiça a fazer uma afirmação destas, ainda por cima em público, sem o devido conhecimento de causa. Pelo que deve ser razoável concluir que o PGR devia estar a falar de algo que, mesmo não tendo provas definitivas da sua veracidade, ele dispõe de elementos bastantes que lhe permitem tratar o assunto não como um mero produto de especulações.

MANDELA NÃO É SANTO

Comentário de: António Nametil Mogovolas de Muatua

O lendário Nelson Rolihlahla Mandela, nascido aos dezoito dias de Julho de 1918 – estava a acabar a Primeira Grande Triste Guerra Mundial – em Mvezo, um vilarejo bucólico também chão da aguerrida tribo xhosa, localizado nas margens do Rio Mbashe, no Distrito de Umtata, a capital do Transkei, na República da África do Sul (página 13 do livro Longo Caminho para a Liberdade), vai fazer, com a Graça do nosso sempre Bom Deus, 94 anos de idade.

São 94 anos de idade vividos sempre apenas para os outros. E entenda-se que estes “outros” eram as massas (não os das massas) mais espezinhadas da então África do Sul aprisionada nas grilhetas do mundialmente odiado apartheid. O nosso grande Samora Moisés Machel ensinou-nos que quem oprime o seu semelhante também não é livre, daí que a África do Sul daquele tempo era uma Nação prisão. Os brancos mentores e defensores do regime não gozavam a plenitude da liberdade porque um carcereiro também tem restrições à sua própria liberdade e os pretos vítimas do sistema viviam em permanente estado de encarcerados em sua terra natal.

Mandela – até sinto arrepios em pronunciar o seu nome – visionário, sabia que aquela injustiça haveria de cair de podre, mas que era necessário arquitectar e fazer precipitar a sua queda porque quanto mais tempo o sistema demorasse a ficar abolido do seio do planeta, mais danos de efeitos irreversíveis causaria a toda a humanidade.

Quatro dias de permanência no porto de Nacala

CUSTARAM CERCA DE 7 MILHÕES DE METICAIS AOS DOIS NAVIOS

A permanência no porto de Nacala, entre sábado e terça-feira passada, dos dois navios que continham os 452 contentores de madeira suspeitos de exportação fraudulenta para a República da China, acarretou aos respectivos armadores pouco cerca de 7 milhões de meticais de custos, que tiveram de ser pagos aos gestores da referida infraestrutura portuária. Agostinho Langa, director do porto de Nacala, revelou à nossa Reportagem que os armadores, tiveram que nos pagar a taxa diária de 864 mil meticais, num período de quatro dias, por cada um dos dois navios por permanência no porto, num período acima do previsto.

Questionado se este incidente não teria complicado o esquema de funcionamento regular do porto, a nossa fonte respondeu que não, uma vez que, segundo ele, os navios que estavam previstos para atracar no porto nas datas em referência, registaram um atraso na sua chegada, se não a situação seria complicada.

Lutero Simango não vai perder mandato no Parlamento

Alegada dupla filiação ao PCN e MDM 

Gabinete Jurídico da Assembleia da República desqualifica queixas de Ismael Mussa

Depois de muito debate na Imprensa sobre a alegada dupla filiação de Lutero Simango ao PCN e MDM – assunto levantado por Ismael Mussa, deputado e ex-secretário-geral do MDM, onde este chegava a afirmar que Lutero Simango poderia perder o mandato de deputado no Parlamento por essa razão – agora o Gabinete Jurídico da Magna Casa veio dar o veredicto final e desqualificar os argumentos de Mussa.

Com esta decisão Lutero Simango continuará na Assembleia da República e nada se alterará na Bancada do Movimento Democrático de Moçambique.

De acordo com Albano Macie, do gabinete jurídico da AR, as razões levantadas por Ismael Mussa, para forçar a perda do mandato de Lutero Simango, alegadamente por, segundo suas palavras, pertencer a dois partidos políticos, não tem fundamento jurídico. Aliás, segundo Albano Macie, um pouco mais de atenção nos artigos 170 e 178 da Constituição da República deitam por terra todos os fundamentos levantados por Mussa.

Leia em http://www.canalmoz.co.mz/hoje/19899-lutero-simango-nao-vai-perder-mandato-no-parlamento.html

África do Sul canta parabéns a Mandela

A ÁFRICA do Sul comemorou ontem o 93º aniversário de Nelson Mandela e as crianças de todas as escolas cantaram para o ex-presidente, enquanto a população era convidada a realizar acções de graça em homenagem ao seu herói.

Maputo, Terça-Feira, 19 de Julho de 2011:: Notícias

Por iniciativa da sua fundação, o 18 de Julho foi declarado "Dia de Mandela", data reconhecida agora pela ONU como uma convocação mundial para que cada pessoa consagre 67 minutos do seu tempo a ajudar os seus semelhantes, conforme os valores defendidos pelo ex-presidente sul-africano. Estes 67 minutos representam os 67 anos que Mandela dedicou ao combate do apartheid e por uma democracia multirracial.

De acordo com a France Presse, em todas as escolas da África do Sul, às 08.05h, mais de 12 milhões de crianças cantaram um "parabéns para você" especial, africanizado para a ocasião por um compositor sul-africano. Rádios e televisões transmitiram a canção e todos os moradores do país foram convidados a cantá-la ao mesmo tempo.

INHAMBANE - De simples pescador a primeiro exportador de lagosta

É UM dos “embondeiros” do turismo da região sul do país. Vitoriano Cabrita 53 anos, casado e pai de quatro filhos, é nos dias que correm, um dos poucos operadores turísticos nacionais, no distrito de Inhassoro, a desfrutar de uma grande popularidade e simpatia de turistas nacionais e estrangeiros e com uma experiência invejável, nesta actividade construída no trabalho e pelo trabalho.

Maputo, Terça-Feira, 19 de Julho de 2011:: Notícias

Todavia, Cabrita, como é conhecido no mundo de negócios, não admite ser grande nem pequeno empresário no ramo onde opera, muito menos na actividade pesqueira, trabalho pelo qual, entrou para o mundo do negócio, porque segundo explica, empresário é aquele que tem uma estrutura forte e devidamente montada a funcionar como se impõe.

“Empresário é aquele que tem uma empresa que se rege pelos ditames oficialmente reconhecidos e que respondam a todos requisitos de uma empresa como tal”, diz Cabrita, para quem a sua actuação ainda não lhe confere o título de empresário de facto.

Revista Literatas

Veja aqui o nº 2 da revista LITERATAS e editada em Maputo

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Sobre o livro de Fernando Amado Couto - Uma visão dinâmica e multidimensional

Por José Óscar Monteiro*

Quando li no livro do Fernando Amado Couto alguns acontecimentos que vivi, tive uma sensação curiosa: explico-me, começando por dizer que este é apenas um testemunho. Tomo o momento da declaração do Comité Executivo(da Frelimo) de 27 de Abril.

Recordo que nos debates e elaboração de então - naqueles dois dias de reflexão e consultas, se intuíam diversos factores e movimentos de sentidos contrários - a satisfação genuína com a queda do regime em Portugal, a percepção que o colonialismo se aproximava do fim, mas que também podia ser era uma tentativa de perpetuar o colonialismo sob novas formas dada a composição da junta de salvação, que a Frente de Libertação se  encontrava num momento de grande determinação, que já começavam a vir ao de cima as forças de sustentação da libertação clandestinas, que os colonos estavam atordoados mas não abatidos, que a África do Sul e a Rodésia continuavam firmes e aguerridas que a situação internacional estava fluida com nossos aliados ainda com posições a determinar, que uma revolução democrática como a do 25 de Abril beneficiava de um grande crédito de simpatia. Intuíamos esses fenómenos, com uma maturidade ganha em dez anos de prática política e estudo, com uma abertura ao mundo sem precedente. Mas não estávamos sentados num gabinete de estudos a aprofundar cada um desses elementos.

Era preciso tomar posição ainda no “fog of war”. A declaração de Vítor Alves em nome dos capitães tinha uma única e última alínea, a saber “que a solução do problema do Ultramar era política e não militar”. Se ficássemos calados, tornávamo-nos tão irrelevantes quanto uma última alínea de um longo documento, lida quando a reunião está a terminar e depressa posta de lado, com um “veremos esse ponto mais tarde”.  Menos que uma nota de rodapé em corpo 8.

O livro faz ressaltar o papel histórico desta primeira declaração dos movimentos de libertação e cuja clareza serviu - ousaria dizer! - de guia da revolução anticolonial dentro da revolução de Abril, uma espécie de segunda revolução, que fez desabrochar as premissas encapsuladas na crítica declaração dos capitães.

A economia de defesa do poder

ECONOMICANDO

Por Joao Mosca

Nas escolas ensina-se e aprendem-se as racionalidades económicas e empresariais. Eficiência, produtividade, competitividade, rentabilidade, maximização de objectivos (do bem-estar social, do consumidor e da margem bruta), equilíbrios (de mercado, macroeconómicos, etc.), custos de oportunidade, escolhas públicas, elasticidade de preços, efeitos multiplicadores, entre muitos conceitos/teorias/modelos analíticos e de simulação (estimação).

Na economia convencional supostamente apolítica e não normativa, a formalização matemática surge como elemento legitimador e atributo de consistência na verificação ou rejeição de hipóteses. Tudo isto é certo. Mas o que o autor pretende demonstrar, é que o objectivo primeiro e por vezes único da prática da gestão da política económica em Moçambique (como em quase todos os países embora que com graduações diferentes), é a defesa do poder. Este tipo de abordagem enquadra-se no âmbito de uma mescla entre a economia política e a política económica com a integração de elementos de outras áreas das ciências sociais (sociologia, antropologia, história, psicologia, etc.). Por alguma razão as abordagens interdisciplinares e sistémicas foram sendo substituídas pelo afunilamento metodológico e analítico em defesa da tecnocracia e pragmatismo e como suporte ideológico do capital e dos poderes. Não obstante, ambos os percursos do conhecimento serem necessários e reforçam-se mutuamente.

Inovações judiciais

A talhe de foice

Por Machado da Graça

A notícia da Rádio Mpçambique era estranha. Referia-se ao julgamento de 5 indivíduos, acusados de desvio de fundos do Estado, na Oitava Secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo. Mas, para além disto, pouco ou nada mais dizia.Para justificar esta falta de pormenores na notícia, o jornalista informou que o juiz da causa, cujo nome disse mas eu não fixei, tinha proibido os jornalistas presentes de tomarem notas, nos seus blocos de apontamentos, sobre o que ia ocorrendo durante o julgamento.

Bizarra coisa esta. Pois será que o tal juiz não conhece o número 2 do artigo 65º. da nossa Constituição, que determina que “as audiências de julgamento em processo criminal são públicas, salvo quando a salvaguarda da intimidade pessoal, familiar, social ou da moral, ou ponderosas razões de segurança da audiência ou de ordem pública aconselharem a exclusão ou restrição de publicidade”?

Se conhece, seria interessante que nos informasse sobre as razões por trás de uma tão estranha proibição. Será que o facto de os jornalistas tomarem notas nos seus blocos punha em causa a segurança da audiência ou a ordem pública? Teriam as notas dos reporteres efeitos nefastos na intimidade pessoal, familiar, social ou na moral?

Ninguém quer ficar atrás

Raul Senda (textos) e Naíta Ussene (fotos)

O apetite por madeira continua a destruir extensas áreas florestais na Zambézia. Um perigoso cocktail de interesses madeireiros e agrícolas está a desertificar a província. Em algumas zonas da Zambézia, ninguém quer ficar atrás nesta mega-operação de tráfico de madeira.

Já não é nenhuma novidade que as florestas moçambicanas, sobretudo da província da Zambézia, estão à saque. De um tempo a esta parte, várias forças da sociedade moçambicana têm denunciado casos em que moçambicanos da elite juntam-se aos estrangeiros, sobretudo chineses, no negócio de madeira.

Num passado recente, o Fórum das Organizações não Governamentais da Zambézia (FONGZA), divulgou um relatório, que foi muito explorado pela imprensa moçambicana, com o título “Um Take-Away Chinês”. O referido documento alertava ao mundo do perigo das relações  entre chineses e moçambicanos no negócio desregrado da madeira que vai deixando praticamente “careca” a floresta, um pouco por todo o país.