INICIA esta semana a reabilitação de dois troços da Estrada Nacional Número Um, compreendendo na província de Nampula uma extensão de aproximadamente 253 quilómetros. No global, as obras são orçadas em 135 milhões de dólares norte-americanos, financiados pelo Millennium Challenge Account-Moçambique.
Na semana passada teve lugar na cidade de Nampula, a assinatura de contratos entre o Millennium Challenge Account-Moçambique e as empresas vencedoras do concurso, numa cerimónia presenciada pelo Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, que ao longo das duas últimas semanas se encontrava de visita à região norte do país.
Trata-se dos troços Namialo-rio Lúrio e rio-Ligonha-Nampula, cujas faixas de rodagem se encontram em avançado estado de degradação, apresentando-se não só com piso esburacado, como também com as bermas completamente destruídas, fazendo com que a estrada seja cada vez mais estreita.
O troço Namialo-rio Lúrio está divido em duas partes, sendo a primeira entre Namialo-ponte Mecutuchi, numa extensão de 75 quilómetros, adjudicado à CMC, com um custo de 43,2 milhões de dólares, e a segunda da ponte Mecutuchi ao rio Lúrio, com igual percurso. Esta última será executada pelo consórcio português Monte Adriano/Casais, representando um investimento de 47,2 milhões de dólares.
Enquanto isso, o trajecto Nampula-rio Ligonha, de 103 quilómetros, será reabilitado pelo consórcio CMC/Razel, com um orçamento calculado em cerca de 49 milhões de dólares norte-americanos.
Com efeito, a reabilitação da rodovia deverá estar concluída o mais tardar até finais de Abril de 2013, consistindo fundamentalmente no melhoramento do piso, construção de bermas, alargamento da estrada dos actuais seis a sete metros para 9,8 metros (incluindo as bermas), bem como a colocação da respectiva sinalização.
A reabilitação destes troços vai contribuir sobremaneira para a facilitação da circulação de pessoas e redução drástica dos custos de transporte de mercadorias, sobretudo produtos agrícolas para os potenciais mercados de consumo quer dentro do país, quer fora, tendo em conta que ficará mais facilitado o acesso ao Porto de Nacala.
Uma vez reabilitados aqueles estratégicos troços para a comunicação rodoviária no país, estarão criadas as condições para que as mercadorias sejam transportadas com mais segurança nos próximos 15 anos, conforme os níveis de qualidade preconizados para aquela empreitada.
Outro impacto da reabilitação daqueles troços é a criação de postos de trabalho. Segundo informações colhidas em Nampula, espera-se que as obras criem pelo menos 750 empregos permanentes, para além de outros 1800 a 2000 eventuais.
O director executivo do Millennium Challenge Account Moçambique, Paulo Fumane, apelou aos empreiteiros para a necessidade de privilegiarem mão-de-obra local no preenchimento de vagas para a execução das obras, como forma de assegurar, não só rendimentos, como também a transferência do conhecimento.
Explicou que haviam outros trajectos cuja reabilitação estava prevista no âmbito do projecto, mas que devido à subida dos preços de materiais de construção e combustíveis, a sua execução está a ser equacionada para outra oportunidade, sendo que o Governo está a encetar diligências para conseguir financiamento.
Todos os representantes das empresas adjudicatárias comprometeram-se a apresentar obras de padrão internacional e dentro dos prazos acordados com o contratante.
Claudio Conficcone, director-geral da CMC-África Austral, disse que a assinatura do contrato representa mais uma prova de confiança que Governo de Moçambique deposita na sua empresa.
O administrador da Monte Adriano, Víctor Pereira, disse que a sua empresa vai trabalhar, para além da estrada em si, na sensibilização sobre a importância de preservação do meio ambiente, uma das áreas de actividade da construtora.
- António Mondlhane