PROBLEMAS no fornecimento de combustíveis não vão afectar o cumprimento dos prazos estabelecidos para a operação de reafirmação dos cerca de 1400 quilómetros da linha de fronteira entre Moçambique e o Malawi, segundo garantias dadas ontem ao “Notícias” pelo director de Fronteiras no Instituto Nacional de Mar e Fronteira.
José Elias Mucombo explica que em nenhum momento a reafirmação da fronteira com o Malawi foi interrompida na razão dos problemas de fornecimento de combustíveis, situação que, segundo ele, tem enquadramento na conjuntura económica que se vive naquele país vizinho.
Moçambique partilha com o Malawi uma linha de fronteira com cerca de 1400 quilómetros de extensão, dos quais 888 são de fronteira terrestre, 322 quilómetros de divisória lacustre e 190 outros de fronteira fluvial.
Relativamente à reafirmação da fronteira com a Zâmbia e com a Tanzania, a nossa fonte disse que o processo encontra-se presentemente interrompido, para dar lugar a operações de manutenção dos equipamentos envolvidos nos trabalhos. Entretanto, de acordo com Mucombo, está assegurada a retomada dos trabalhos já a partir da próxima semana.
Moçambique destacou pelo menos vinte técnicos para integrar cada uma das três equipas conjuntas que trabalham na reafirmação da fronteira com os três países vizinhos.
A decisão de se avançar com a reafirmação da fronteira com os países vizinhos resulta da constatação de que com o tempo, devido à acção humana ou por mudanças da própria natureza, alguns marcos da linha divisória foram deslocados dos seus pontos originais, o que nalguns pontos acabou tornando difícil visualizar com clareza os limites dos territórios de cada país, ou até conduzir a extremos de viciação dos limites devido à influência das comunidades fronteiriças que se movimentam livremente e que conservam interesses de vária ordem num e noutro lado da fronteira.
A reafirmação da fronteira com o Malawi vem decorrendo desde 2009, ano em que foram cobertos apenas 38 quilómetros, para em 2010 o trabalho abranger um total de 156 quilómetros de fronteira, culminando com a construção de 186 marcos ao longo do percurso. Segundo projecções dos governos de ambos os países, a reafirmação da linha de fronteira deverá ser concluída até 2013.