SÃO 1.053 alunos matriculados no presente ano lectivo na Escola Primária Completa de Namaua, 22 quilómetros da sede do distrito de Mueda. Daquele número de estudantes, cerca de 40 porcento estudam sentados no chão, grosso modo, em instalações de pau-a-pique a cair de podre. A excepção é daqueles que utilizam duas salas de aula de um edifício construído e doado pelo Reino da Espanha.
A falta de carteiras é um dos grandes problemas com que se debate a escola primária daquela aldeia do planalto dos makondes, cujo director, Castro Germano Minga, também se queixa da escassez do livro do aluno, principalmente para as 3ª, 4ª e 5ª classes.
São sete salas de aulas sem carteiras que albergam os 420 alunos dos 1.053 existentes naquele estabelecimento de ensino no presente ano lectivo, uma cifra que representa um aumento na casa dos 58, quando comparado com o ano passado que se fixava em 995 alunos.
Os alunos, matriculados na 1ª à 5ª classes, perfazem 878 enquanto que da 6ª à 7ª classe estão registados 175 estudantes dos quais 545 do sexo masculino, assistidos por 17 professores, 10 deles sem formação psico-pedagógica. Mesmo assim, o director da escola fala em 85,5 porcento de aproveitamento global no passado.
Os professores residentes não têm casas, sendo que são obrigados a desenrascarem uma habitação na aldeia ou na vila-sede do distrito de Mueda, segundo disse o director da Escola Primária Completa de Namaua.
Por outro lado, Castro Germano Minga tem a responsabilidade de controlar a Zona de Influência Pedagógica (ZIP) de que Namaua é sede, sendo ele o respectivo director. Mas para um raio de cerca de entre 15 e 20 quilómetros, para atingir a aldeia Cooperativa Moçambique e a de Namenda, tem que se munir de seus próprios esforços para o fazer, pois, nem bicicleta como meio de transporte tem.
À altura da presença do nosso Jornal, a escola estava à procura de doações de interessados, para que fosse apoiada na fabricação de blocos para a edificação de mais uma sala consistente ou alguma residência para, pelo menos, o director da escola.
“Precisamos de muito apoio, as crianças estão a estudar em condições muito degradáveis, quase sub humanas”, lamentou Castro Minga.
- Pedro Nacuo