O PARADEIRO do líder líbio, Moummar Kadhafi, continuava ontem desconhecido, depois de perder o controlo do seu complexo residencial na terça-feira a favor dos rebeldes, que anunciaram uma recompensa de cerca de 1,7 milhão de dólares para quem ajudar a capturá-lo, vivo ou morto.
Segundo a Lusa, o montante foi proposto por empresários líbios e o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político da rebelião, anunciou já o apoio à iniciativa.
“Os membros do círculo mais próximo de Kadhafi que o possam matar ou capturar terão a amnistia garantida do povo”, indicou o presidente do CNT, Mustafa Abdeljalil, durante uma conferência de Imprensa realizada em Benghazi, sede do movimento da rebelião.
“A era de Kadhafi só estará acabada no momento em que ele for capturado, morto ou vivo”, referiu o responsável, sublinhando que “o comportamento do líder líbio fez temer uma catástrofe”, sem dar mais pormenores.
O presidente do CNT precisou que tropas leais a Kadhafi continuavam ontem a abrir fogo dentro do complexo residencial do líder líbio, no Bairro de Bab-al-Aziziya, em Tripoli.
“Vão continuar a disparar até que Kadhafi seja capturado”, sublinhou Abdeljalil.
Na segunda-feira, também numa conferência de Imprensa em Benghazi, Mustafa Abdeljalil afirmou que o CNT esperava que Kadhafi fosse capturado vivo.
"Esperamos que ele seja capturado vivo para que possa ter um julgamento justo", referiu.
Os rebeldes acreditam que Kadhafi esteja ainda algures em Tripoli.
"Achamos que Kadhafi ainda está escondido nalgum lugar de Tripoli. Ele provavelmente está na área de al-Hadhba al-Khadra", disse a fonte à Reuters um porta-voz do grupo. "Os combates continuam na região de al-Hadhba al-Khadra”, acrescentou.
Na terça-feira à noite Kadhafi exortou os residentes de Tripoli a “limparem” os rebeldes da cidade, através de uma mensagem divulgada pelo canal de televisão al-Rai.
“Todos os líbios deverão estar presentes em Tripoli, jovens, homens de todas as tribos e mulheres deverão varrer a cidade e combater os traidores”, afirmou Kadhafi, alegando ter estado “por momentos em Tripoli, de forma discreta, sem ter sido visto por ninguém”.
O líder líbio acrescentou não ter sentido nesta ocasião que “Tripoli estivesse em perigo”.
Kadhafi afirmou também que abandonou a sua residência num “movimento estratégico” depois dela ter sido devastada por 64 ataques aéreos da NATO.
Prometeu “martírio” ou vitória na luta contra a NATO, ao afirmar que as forças que lhe são fiéis “estão a resistir com todas as forças”.
“Vamos vencer ou vamo-nos tornar mártires, se Deus quiser”, afirmou.
Ontem os combates prosseguiam de forma esporádica na cidade de Tripoli, onde, segundo o testemunho de vários jornalistas internacionais, relatando ainda que existem bolsas de resistência das forças de Kadhafi na capital.
Os rebeldes entraram terça-feira no quartel-general de Kadhafi, em Tripoli, mas o líder líbio não foi aí encontrado, mantendo-se em parte incerta.
NOTA:
Todos em Maputo se recordam da visita de Kadhafi a Moçambique. E em Lisboa a Portugal. Quem diria que hoje, esse mesmo senhor, tem a cabeça a prémio?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE