O navio “Athens”, que na tarde da quarta-feira estava a descarregar os 37 contentores de semente de algodão que iam à exportação de forma ilegal, já deixou o Porto de Pemba, na noite daquele mesmo dia, sem a mercadoria, que ficou em terra para procedimentos subsequentes, que consistirão na emissão do respectivo certificado fitossanitário, se de facto a semente a tal merecer.
Na passada quinta-feira ficou claro que a operação foi desencadeada pelas Alfândegas, sem o envolvimento da Agricultura, que teve que ser convidada, na qualidade de entidade responsável pelo produto que estava a ser exportado, tendo colaborado com a presença dos seus inspectores.
Contactado, a partir da capital do país, o director de Imagem e Comunicação da Autoridade Tributária, Daude Daia, confirmou os factos e disse que os passos seguintes têm a ver com um trabalho a ser feito pela Agricultura, nomeadamente de verificação de toda a mercadoria, por ser ela competente para a certificação do produto.
“Normalmente quando a interdição ocorre, como neste caso, por irregularidades que têm a ver com a falta de documentação que abone a mercadoria, o que fazemos é exigir que, neste caso a Agricultura, verifique e passe o respectivo certificado se se justificar e as Alfandegas poderão autorizar”, disse Daia.
Para a fonte da Autoridade Tributária e em face de rumores de que não seja a primeira vez que tal ocorre, disse tratar-se, pelo que saiba, da primeira vez que em tais condições se pretende exportar a semente de algodão.
“Não sabemos o que terá na verdade acontecido, pois são procedimentos normais e simples. Se calhar houve a pressa de exportar, por isso quiseram queimar algumas etapas, mas por ser ilegal, na verdade as Alfandegas puseram a mão, como lhe compete”, explicou o director de Imagem e Comunicação da Autoridade Tributária.
A exportação ilegal de semente de algodão pela concessionária PLEXUS, Lda, com sede no distrito meridional de Montepuez, foi abortada quarta-feira, quando os 37 contentores já estavam a bordo do navio, baptizado com nome “Athens”, agenciado pela Spanfreigth Shipping.
Entretanto, ficam ainda por esclarecer as razões que levaram a que os contentores fossem descobertos apenas depois de embarcados e nos próximos dias espera-se o pronunciamento da Direcção da Agricultura quanto ao que lhe compete e teria feito atempadamente.